sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Noites de Inverno pedem camas quentinhas

Dona Helena, 80 anos, nossa querida vizinha do andar de cima, dormia tranquilamente na sua caminha quando foi acordada por um ruído. A porta do quarto, que estava apenas encostada, abriu devagarinho e, de repente, há um vulto que salta para cima da cama. Dona Helena, que sempre viveu sozinha e não é senhora para se deixar assustar com facilidade, desta vez tremeu um bocado. Tão rápido quanto lhe permitiram os seus 80 anos, precipitou-se para acender a luz e enfrentar o intruso olhos nos olhos. E ele lá estava, já instalado e enroscado aos pés da cama, precisamente no sítio da botija de água quente que aquecia os pés da dona da casa. Ainda olhou para ela, soltou um sonoro bocejo, e preparou-se para um santo e regalado sono no sítio mais quentinho da casa. Desta vez não teve muita sorte. Dona Helena gosta mais de dormir sozinha e, sobretudo, não gosta que lhe entrem em causa sem a sua expressa autorização, por isso abriu-lhe educadamente a porta da rua e mandou-o para as escadas do prédio. Eram quatro da manhã e Calvin não teve outro remédio senão dormir no tapete da entrada.

4 comentários:

Unknown disse...

Tem cá uma lata esse Calvin. Mas nestas histórias dele há duas questões que que me ocorrem sempre. Qual a percentagem de casas que, sobretudo durante a noite, tem janelas ou portas abertas? O Calvin nunca fica vários dias em casa?
Beijinhos da Ana Cristina

mena disse...

Ana Cristina:
também me espanta como é que ele entra na casa das pessoas. Acho que simplesmente o deixam entrar, porque ele faz aqueles olhinhos de gatinho-lindo-e-perdido-vá-lá-que-tenho-muita-fome. No caso da dona Helena, deve ter aproveitado e entrou à socapa atrás dela, depois ficou por lá nalguma cadeira até lhe deu frio e foi à procura de um sítio mais quentinho.

E sim, às vezes fica uns dias em casa, quando nós fazemos um grande esforço para ele não se pisgar para o jardim. Quando chove não se esforça muito por fugir, mas quando aparece o sol, basta um pequeno descuido, ou um dos miúdos abrir a porta, e lá vai ele, todo satisfeito.

graça anibal disse...

Ana Cristina

Quem conhece o Calvin percebe como é que ele consegue tudo o que pretende. Se quer sair fica à coca e é só apanhar-nos distraídos por segundos e "ala que se faz tarde". Baixinho e silencioso, quando damos por isso já lá vai. Se quer entrar planta-se à espera o tempo que for preciso até que a porta se abra. E se não conhece o humano que pretende convencer faz os tais olhinhos, afaga-lhe as pernas e... sabe-se lá que mais.Já ouvi quem na rua lhe gabasse o porte garboso... Sabe-la toda.
Bom, o que a Mena ainda não contou é que também anda por lá por casa uma gata que adora ficar fechada nas gavetas...

Unknown disse...

Eu conheci o Calvin há vários anos, ainda seria um gatinho. Passamos juntos uma passagem de ano na Várzea e ele de manhã tinha feito uns estragos na cozinha... até às gambas ele tinha ido.
Ana Cristina