segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Coisas de mãe

No Domingo mal estivemos juntos de manhã, antes de eu ter de sair para uma tarde de trabalho que se prolongou até tarde. Quando cheguei a casa, Mada estava muito cansada, mas recusava-se a dormir. Quando o Pedro adormecer, vou para a tua cama, que assim ele não fica triste, está bem, mãe? Combinámos que sim. Eu convencida que entretanto quem se deixava dormir era ela e ela decidida a cumprir o combinado. E cumpriu. E eu tive de a deixar ir para a minha cama, que estas promessas não se fazem em vão. Por isso deitei-me com ela, as duas muito aconchegadas, quentinhas, num abraço tão bom, e de repente era como se fosse eu pequenina, deitada na cama com a minha mãe, quando o pai ainda não tinha chegado a casa e ela fazia crochet ao meu lado para eu adormecer. Não faço ideia de quantos anos tinha, mas lembrei-me tão bem, tão bem, e tive a certeza de que nunca mais me voltei a sentir tão segura. Adormecemos ali as duas, eu e a Mada. Espero que daqui a muitos anos ela também se recorde de mim assim.

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