domingo, 22 de março de 2015

Ai a Cinderela, a Cinderela.

Lá fomos ver, para grande desgosto do Pedrinho, que preferia o Paddington, mas estava esgotada a última sessão da tarde dobrada em português. Mada gostou de tudo. Gostou do vestido azul, do príncipe de dentes muito direitinhos (se calhar é uma próteses, coitado, que até parece aquele apresentador da Benfica TV que agora não me lembro o nome), dos ratinhos, da abóbora, de tudo, de tudo. E quando o sapatinho finalmente enfiou no pé da sua legítima dona e já se estava mesmo a ver que o fim estava próximo, dona Mada perguntou: Está quase a acabar, mãe? eu quero continuar a ver, pelo menos mais uma hora.

Já o Pedro... bom, o Pedro não gostou assim muito, muito, porque aquilo era história de meninas e não se deixou impressionar nem sequer com os caçadores na floresta ou os cavalos da guarda real. Só achou graça à transformação da abóbora em carruagem, dos ratos em cavalos e dos lagartos e do ganso em gente verdadeira para conduzir aquela traquitana cheia de dourados. Saiu de lá a dizer, como se fosse um mantra: Paddington, Paddington, Paddington...

O filme não é a melhor coisa que a Disney já fez, mas, pelo menos, arranjaram uma explicação para o facto de à meia noite tudo se transformar e voltar ao que era dantes menos o belo do sapato de cristal. Madalena ficou satisfeita, porque lá teve resposta a uma das suas dúvidas existenciais, que vinha à baila sempre que líamos a história.

(Solução: na hora de verti a rapariga para o baile, a fada fez os sapatos, não se limitou a transformar os velhos e a pô-los bonitos. Fácil, pois, não sei é se é o que está na versão original do Charles Perrault).

1 comentário:

graça anibal disse...

O Perrault não se importou nada com esse pormenor. A coerência é uma batata nos contos de fadas.