sexta-feira, 24 de julho de 2015

Pedrinho, o conciliador

Sexta-feira, cansaço, preguiça,pai que saiu muito cedo, muitas coisas para arrumar nas mochilas, a correria habitual e... atrasámo-nos. Chegámos à escola cinco minutos depois da hora de saída para uma das actividades de férias e o Pedro e a Madalena já não puderam ir. Ele ficou satisfeito, ela aborrecida, porque todas as amigas tinham ido e agora o que é que ela ia fazer uma manhã inteira sem elas? Pois é, Madalena, digo eu, toda chateada com o atraso, estás a ver porque é que te devias ter despachado mais depressa? Mãe, tu é que nunca mais paravas de arrumar coisa, responde logo ela, que tem sempre resposta para tudo. Fomos os três que demorámos, pronto, disse o Pedro, do alto dos seus cinco anos. E assim se acabou a discussão. Claro que, antes de entrar na escola, foi atacado com beijinhos.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Primeira semana de Algarve

 
E de repente já estamos em Julho e na nossa semana de Algarve, na casa mini-minorca tão boa, Cabanas com quase ninguém, o senhor Custódio dos barcos, os senhores das bolas de Berlim, espreguiçadeiras na piscina, conquilhas e amêijoas na Fábrica, tudo tão igual ao ano passado e no entanto já lá vai quase um ano.
Madalena nada que nem uma sereia (ainda não atinou bem com os mergulhos de salto, mas chega lá), Pedrinho também, mas com braçadeiras, que ele é um rapaz prudente. Passam o tempo enfiados dentro de água ou a brincar na areia e, com um olho no burro e outro no cigano, nós quase conseguimos ler o jornal ou, simplesmente, não fazer nada e ficar apenas a olhar para anteontem.
Apesar da crise da Grécia, que nos apanhou já encaminhados a Sul (quem se lembra de convocar um referendo numa altura destas?), fomo-nos inteirando das notícias o menos possível e a televisão só se ligou no dia em que houve Eusébio e Panteão (cromices).
Houve jogos de cartas a quatro pela primeira vez - Pedrinho e Madalena aprenderam a chamar os naipes pelos nomes e as regras do Kemps - e houve 31 de boca e histórias de países em cinco minutos. Digam lá um país que eu conto tudo sobre ele, dizia o pai. Argentina, pedia a Madalena (país da Violetta, para quem não sabe); China, pedia o Pedrinho, sem grande sorte, porque a Argentina é também a terra do Messi e pronto, está-se mesmo a ver como foram usados os cinco minutos.
Num dia, na praia, Pedrinho estendeu-se na toalha, suspirou e disse: Esta família é tão boa... E é que é mesmo.

(Em Agosto estamos de volta)