terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Porquê, mamã?

Vamos jantar, Madalena?
Porquê, mamã?
Porque já é tarde e tu estás com fome.
Porquê?
Já passou muito tempo desde o lanche. Anda, hoje é massa com peixe. Massa com letras.
E tem a minha letra?
Claro.
Porquê?
Tem todas as letras.
E a do avô também?
Todas.
Porquê?

E assim continuámos, num interminável e encadeado rol de porquês durante toda a refeição. Segundo os livros, a idade dos porquês é lá para os três, quatro anos, mas parece que cá em casa chegou mais cedo. É porquê por tudo e por nada e às vezes as perguntas nem sequer são assim tão fáceis como seria de prever vindas de uma menina com dois anos e meio.
Apetece-me guardar para sempre estas nossas conversas e tenho medo de as esquecer.


1 comentário:

Alexandra A. disse...

É mesmo precoce a nossa menina! Realmente é cedo para a idade dos porquês...Muito, muito esperta.

Hoje reconheceu, comigo e com a avó, inúmeras letras associadas aos nomes das pessoas que conhece. Sempre com aquela "seriedade no olhar penetrante", como o avô António dizia. Temos de lhe explicar que o "A" é da Ana e e da tia, mas também do avô António.

Bjs