Vá de tirar toda a gente do carro e subir para o talude - coisa que, até esse dia, eu nem sabia que existia -, Pedrinho em choro, porque ia a dormir descansado da vida e o obrigaram a sair da sua cadeira, e nós os quatro ali, enquanto os carros passavam a 200 à hora e faziam estremecer tudo.
Para ajudar à festa, foi preciso chamar os senhores do seguro, porque faltava uma coisa simpática chamada porca de segurança, essencial para mudar o pneu e que os senhores da última garagem onde fomos resolveram guardar para si, vá-se lá saber porquê. Enquanto esperávamos pelo reboque, resolvemos chamar também os senhores da Brisa, para nos virem sinalizar o carro, benditos telemóveis com internet que nos dão estas informações todas.
E foi assim que assistimos ao pôr-do-sol na auto-estrada do Sul, sentados numa valeta, embrulhados nas toalhas de praia que era o que havia ali mais à mão para enganar o frio da bela noite de Agosto. E entretanto, nada de aparecer ninguém.
Madalena contou estrelas, quis saber qual era a do Zorbas e as das outras pessoas da família já transformadas em estrelinhas. Pedrinho choramingou e comeu bolachas. Mamã e papá, silenciosamente, chamaram vários nomes aos senhores da garagem onde fomos no ano passado, aos senhores do reboque que demoraram uma hora a vir e aos "senhores do vento", como dizia a Mada, que também demoraram mais de meia hora a dar o ar da sua graça.

2 comentários:
E com direito a fotografia, sim senhor.
Pergunta:senhores do vento? Mada explica esta à avó que sozinha não chega lá
Ah, deixa lá Madalena, já descobri.Magnífica tradução!
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