sábado, 29 de agosto de 2015

Pedrinho e o nascimento do mundo

- Pedrinho, gostas de mim?
- Sim.
- Muito?
- Muito.
- Muito, muito, muito?
- Muuuiiitoooo.
- Até onde?
- Daqui até .... Deus. Podia dizer até aos macacos, mas digo até Deus, que é mais, não é, mãe? Era Deus, depois os dinossauros, depois morreram e vieram os macacos e os macacos transformaram-se nos homens, e foi assim.

E foi assim. Tudo da lavra dele nos seus belos cinco anos. E foi a melhor resposta de sempre ao meu jogo preferido de mimalhice, muita mimalhice.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Pedrinho disse um palavrão

Um dia, durante a semana que passaram com a avó Gracinha, chegaram a casa com uma preocupação: o Pedro disse um palavrão. Foi a Madalena que contou, mas ele confirmou, um bocadinho envergonhado com a coisa. E qual foi o palavrão? Ninguém se lembrava. Mas era muito forte, mãe, foi muito grave, garantiu ela. Foi, confirmou ele, cabisbaixo, mas com um ligeiro sorriso. E onde disseste o palavrão? Foi no parque, a umas “mininas”. Lá tivemos a habitual conversa, palavrões não se dizem, bla, bla, bla, e decidimos perguntar à avó qual tinha sido, afinal, o objecto do delito. Não sabia, não ouviu nada, ninguém a informou de nada. A conversa ficou por ali. Até ontem. Pedrinho, no Alentejo, repetiu a proeza, leia-se, o palavrão. E a mana, que nunca se esquece de nada e andava irritada por não se lembrar daquilo, correu a telefonar ao pai a contar. Estão preparados, queridos quatro leitores? Então aqui vai: “Totó”. Pedrinho disse “totó”. Desta vez, imagino, a destinatária foi a mana.  E foi isto.

[Estou aqui que não me aguento com saudades destes dois…]