segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Mão na massa

Ou, mais exactamente, mão no barro. Ontem a actividade do dia do Advento foi  fazer um presépio em barro e o resultado foi o que aqui se vê. No fim, a dificuldade foi convencer os pequenos artistas a lavar os dentes e ir para a cama.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Olha o presépio para decorar a entrada do prédio


Queridos vizinhos, esperamos que tenham gostado da nossa prenda de Natal. Desenhámos, pintámos e colocámos na entrada um lindo presépio para vocês, na nossa actividade de hoje do dia do Advento. O Pedrinho pintou o chão e as paredes e só se resignou a usar a tinta verde quando já não tinha mesmo mais nenhuma. Verde não é com ele, pronto (isto está a ficar um pouco demais, não acham, papá e tio Rui?).

Carta ao Pai Natal

Como de costume, começámos no dia 1 de Dezembro, com a decoração da árvore e todos os dias temos inventado uma coisa nova para fazer. Ontem foi a  carta ao Pai Natal, com Madalena infelicíssima, porque havia tanta coisa para lá pôr, e Pedrinho irredutível: queria três prendas e mais nenhuma (hoje fizemos uma adenda e incluímos o carro de bombeiros que ele anda a pedir há tanto tempo e eu sempre a remeter para o Natal).
A carta foi dividida em quatro partes, uma por cada membro da família e duas delas de dimensão bastante mais reduzida. Porém, dona Princesa achou melhor não pôr nomes. Que assim era melhor, por causa daquela mania do Pai Natal de ver os nomes de quem se portou bem durante o ano e não fosse haver alguma confusão para o lado dela.
Depois, bem tentou negociar com o mano (tu querias muito o Valentim da dra. Brinquedos, não te lembras, Pedrinho?) e comigo (oh mãe, tu gostavas muito de ter esta winx, não queres pôr na tua lista?), mas depois acabou por desistir e por se resignar ao facto de que era impossível ao pobre Pai Natal trazer todos os brinquedos que ela queria.  O resultado segue em anexo, para eventuais pais natais interessados.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Reescrevendo a Bíblia

Ontem foi dia de árvore de Natal, presépio e calendário do Advento. Uma tarde muita produtiva e animada, com Pedrinho e Madalena a decorarem a árvore - ele colocou a estrela grande, em cima, ela monitorizou - e em grande ansiedade para ver o que estava no envelope do primeiro dia do Advento. Foi um sucesso, mas o que realmente bateu tudo o resto foi o presépio. Colocámos as figurinhas todas no respectivo lugar, contei a história, acendemos as luzes e, durante uns cinco minutos, talvez, ficou tudo muito bonito e arrumado. Foi só até o Pedro resolver brincar com a vaca e com o burro e com tudo o resto, tal qual faz com os carrinhos, mudando-os de um lado para o outro e criando grandes conversas entre uns e outros. Madalena entretanto juntou-se à festa e, pela hora do jantar, já o menino Jesus, a Maria e o José tinham mudado de sítio e assentado arraiais debaixo de mesa de jantar. E o que é que eles estão ali a fazer? Ora, mãe, responde Madalena, voltaram para Jerusalém, então não vês?
Estou muito curiosa para saber para onde viajará hoje a sagrada família. Quanto ao burro, já perdeu as duas orelhas.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

E o verbo preferido do Pedro é...

... o verbo "querer", quase sempre conjugado na primeira pessoa do singular. Eu quero. Eu quero aquele carro de bombeiros, eu quero aquele livro, aquele jogo do Panda, aquele dinossauro gigante, eu quero, eu quero, eu quero. Por vezes, muitas vezes, também quer tudo o que a mana tem na mão e não lhe quer dar. E quer "muita água" no copo de lavar os dentes, muitas batatas fritas, muita maçã (esta é boa) e "muito leitinho" antes de ir dormir (esta também).
Entre muitas birras e no auge desta primeira adolescência, como me explica a educadora dele, a Tina, tenho também um filho que é um doce. Que me chama "minha mamã linda" a toda a hora (mesmo quando se vem queixar da mana), que me faz festas no cabelo enquanto conversamos, que me dá os melhores abraços do mundo e arredores quando o deixo na escola e que nunca se esquece de ir à varanda da sala azul para me gritar "adeus" e mandar beijinhos. À noite, quando o ponho na cama, chama-me ainda uma última vez e anuncia que quer miminhos.
E os mimos não são só para mim. A Inna é outra das sortudas e a Madalena, que não é tão dada a essas coisas, não pode ir para a escola sem lhe dar um beijinho, que ele fica a reclamar. O pai, além dos mimos, tem direito a grandes lutas de força, coisas de gajos, que partilham entre eles.
Pedrinho tem três anos e nove meses e é (ainda) o nosso bebé maravilha.

domingo, 17 de novembro de 2013

sábado, 16 de novembro de 2013

O comando é meu

Aos sábados de manhã há televisão cá em casa e é um festim. Madalena sai disparada da cama às oito e meia (uma hora bastante razoável para uma mãe necessitada de dormir, há que admiti-lo) e anuncia, feliz, que vai para a sala ver desenhos animados e que, como o mano continua deitadinho... o comando é dela. E o comando, alvo de tantas zaragatas, lá está, cuidadosamente arrumado ao seu lado, a postos para ser firmemente agarrado se Pedrinho aparecer de repente. Na televisão, mais um episódio das Winx, como era de esperar.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Socorro, tenho uma adolescente de cinco anos em casa

Mamã, hoje o almoço foi, tipo, um prato  bué grande, que eu odeio, com aquela cenoura, tipo, cortada, sabes? e o lanche foi pão com doce, que eu também não gosto nada, que nojo, mas eu disse à Lena e ela disse yeah, e foi buscar-me pão com manteiga e esse eu comi todo.

E pronto, estamos assim.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Na aula de piano

Dona princesa teve a sua primeira aula de piano no Palácio com a professora Ivana. A mamã ficou cá fora, no jardim, a envergonhar a família porque, de vez em quando, subia para uma cadeira e espreitava pela janela. Madalena, muito atenta, lá estava, dedinhos nas teclas, compenetrada a desenhar claves de sol. É o meu orgulho, esta rapariga.
Nessa noite, ao serão, tirámos da caixa o piano do avô António e démos música à querida dona Helena, a nossa vizinha de cima, que suporta estoicamente as brincadeiras no andar de baixo. Nos intervalos, dona Princesa mostrou ao mano como era um piano à séria e as notas de música que tinha aprendido com a professora Ivana. Só não se lembrava muito bem de como se chamavam, mas isso, naturalmente, era um pormenor sem importância.
E, antes de dormir, anunciou: mãe, não te esqueças que eu quero ir ao ballet e quero ter uma sapatilhas e um fato de bailarina.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Madalena, menina corajosa

Doma Madalena lá foi, sozinha, corredor fora, a mochila numa mão, a gatinha apertada na outra. Abriu a porta da sala, ainda olhou orgulhosa para o papá e depois entrou. Sem choros. O pai foi-se embora, coração apertado com a valentia da sua menina. Daqui para a frente, espera-se, acabaram-se os medos de ir sozinha para a sala e não haverá mais lágrimas quando a deixarmos à entrada da escola, às nove da manhã.
Esperemos que seja mesmo assim, porque me fico de rastos quando a deixo infeliz, mesmo sabendo muito bem que daí a poucos minutos estará a brincar com as novas amigas, já esquecida da tristeza matinal. "Gosto muito da escola nova, mãe. Temos leite com chocolate e vamos três vezes por dia ao recreio, é muito bom."

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Quem tem filhos tem cadilhos, ai tem, tem

Se ela não tivesse cinco anos e ele três, eu dizia que tinham combinado tudo. Mada foi a primeira a falar comigo ao telefone: estamos aqui no escorrega, mãe, gostava muito que estivesses aqui. Depois veio o Pedrinho e, muito telegráfico, declarou: eu quero a mãe aqui. A Inna riu e jurou que estavam óptimos e felizes, mas eram cinco e meia da tarde e à minha frente uma página inteira esperava por mim para ser preenchida.





segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Setembro que grande mês *

 "Se te sentires muito infeliz, voltamos para casa mais cedo." Foi com esta promessa que a convenci a sair de casa para o primeiro dia na escola nova. Estava uma pilha de nervos e durante algum tempo não se lhe viu um sorriso. Eu e o pai ficámos com ela toda a manhã em que durou a apresentação, juntos assistimos a uma peça de teatro organizada pelos meninos mais crescidos, fizemos jogos no recreio, explorámos a sala nova, elogiámos os desenhos e a plasticina e dona Princesa, quando deu por ela, já sorria e brincava. Ainda lhe perguntei se estava muito infeliz, mas não, não estava, anunciou, e por isso não se falou sequer em voltar para casa mais cedo. Depois fomos as duas às compras, coisa de raparigas, com direito a almoço no Mc. Donald's antes de regressarmos a casa, e o primeiro dia de escola acabou por se passar sem grandes dramas. Até porque entretanto descobrimos que a Maimuna e a Teresa, da escola antiga, estão na mesma sala, o que lhe aquietou os medos de estar num sitio onde não conhecia ninguém e não tinha amigas para brincar.
Quanto a nós, os pais, tivemos o primeiro embate com a escola pública. Muito mais impessoal que o antigo infantário - é verdade que estamos ainda no princípio - mas, pelo menos para já, com competência, boa vontade, e gente simpática e interessada.

Para Pedrinho, os tempos também são de novidade. No primeiro dia depois das férias subiu a escada da escola a correr para ver a sala nova e os colegas novos e mostrar os brinquedos que levava. Ficou feliz, sem uma lágrima, mas agora, passada a novidade, descobriu de repente que a mana já não está na mesma escola e chora baba e ranho quando o deixamos de manhã. Só hoje percebemos o que se passava, porque estava com um ar tão triste que lhe perguntei se estava infeliz e me explicou que sim, e que queria a mana. Foi um choro tão grande que quase agarrámos nele e fomos todos para casa fingir que ainda estávamos de férias.


* Título roubado a um livro da Odette de Saint Maurice que li quando era miúda. Nesse tempo Setembro ainda era de férias, a antecipar o regresso às aulas, e o que eu sonhei com aqueles livros e com as férias da família Macedo.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Férias, férias de Verão

Um dia de viagem, outro de Alentejo, muito bom, com direito a piscina, outro ainda de viagem, mas também muito bom, e ao 4º dia, a primeira borbulha e uma ida ao centro de saúde. Diagnóstico: varicela. Prognóstico: borbulhas, borbulhas e mais borbulhas e medicamentos a dobrar, já a pensar no mano que com 90% de certeza também deverá ficar na mesma. Por enquanto ainda não há sinais, mas, para não ficar em desvantagem, Pedrinho resolveu passar o 5º dia de férias a vomitar-se todo repetidas vezes.
E pronto, estamos nisto.
Mas claro que nem tudo é mau. Temos um relvado cheio de sombras mesmo aqui atrás para brincar, os pais podem ir, à vez, dar um mergulho na piscina, e os meninos da casa do lado já todos tiveram varicela. Além disso, o médico autorizou idas à praia desde que de manhã muito cedo ou já ao final do dia e com o sol a pôr-se.
Hoje, 6º dia, fomos. Chegámos pouco depois das 8:30 e às 10:00 já estávamos de volta a casa.  E não, não há-de ser uma completamente inoportuna varicela que nos há-de estragar as férias. Quando muito, acalma-nos um bocadinho o ritmo, o que não é necessariamente mau.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

E agora, mamã?

Mada ficou a chorar na escola. Não queria, queria a mamã, e nem a promessa de lá estar muito cedo para a ir buscar a deixou mais animada. Acabou por ficar, o mano também na sala dela, para lhe fazer companhia com um CD que tinha levado para ouvir com os amigos.
A princesa está preocupada. Não o diz, mas está uma pilha com a expectativa de ir para uma escola nova, com professores novos e coleguinhas que não conhece. Ninguém vai querer brincar comigo, disse-me hoje de manhã, muito séria.
Hoje foi o seu último dia no infantário onde está desde os15 meses, ainda mal sabia andar e poucas palavras dizia. A única educadora que teve foi a Susana - que lhe chamava princesa e a enchia de mimos e presentes no aniversário - e também se deu sempre muito bem com as auxiliares. A Paula Rodolfo, a Lena, a Mara. Madalena gostou de todas e todas gostaram muito dela.
Eu também gostei. Sempre a deixei lá com a certeza de que estava bem, de que seria bem tratada e de que me telefonariam imediatamente se ela precisasse de mim, como algumas vezes aconteceu. Não é fácil deixar um filho assim, nas mãos de outras pessoas, por isso esta segurança não tem preço.

Os últimos dias seja do que for são assim, chegam sempre com uma pontinha de nostalgia e deixam-nos de coração apertado porque não sabemos se o futuro vai ser tão bom como o passado. Dona princesa não sabe explicar, mas, com os seus cinco anos, já percebeu isso.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Uma música

A minha brincadeira
Está na moda
Vai ser tão gira
A flor está a brilhar
As árvores são amigas das flores
Os telefones estão a tocar
E a nossa música acabou.


E agora outra música

As bonecas estão na moda
Porque são brincadeira
As bonecas estão na moda
Porque riem as bonecas?

A nossa música,
Porque é que tem ritmo?
Os óculos, já viram que estão a brilhar?
Ah, ah, ah
Ah, ah, ah

Quando vamos à praia
Sentimos o calor do fresco
Porquê, porquê?
O baton está na moda
A brilhar
As fadas estão a brilhar
No calor
Porquê, porque é que as fadas estão a brilhar no calor?

[Dona Madalena ditou e a Leonor escreveu. Temos veia poética ou não temos?]

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Tudo a precisar de férias


Madalena chora que não quer ir à escola. Pedrinho chora que quer ir outra vez para “Pôto Santo paia gande”. Mamã conta todos os dias quanto tempo falta até às tão esperadas férias. Papá não diz nada, mas irrita-se com os stresses matinais e quando não conseguimos apanhar o porta-a-porta, coisa que nele é muito, muito rara.
E pronto, andamos nisto.

[Porto Santo Praia Grande, já lá vai um mês, soube-nos a pouco, que uma semana mal dá para desligar da corrente e quando damos por ela já estamos novamente a 200 à hora. Mas gostámos tanto que para o ano lá estaremos, assim os senhores da troika o permitam]

terça-feira, 16 de julho de 2013

Desconfio que elas, afinal, não existem

Palavra de honra que admiro aquelas mulheres que acordam às seis da manhã, vão ali às Docas correr uma hora, voltam para casa, mandam os miúdos para a escola e ainda conseguem chegar ao trabalho frescas que nem uma alface, maravilhosas e com a maquilhagem toda no lugar.
O que eu gostava de ser assim, eu que hoje até o protector solar me esqueci de pôr, e apesar de ter saltado da cama ainda não eram oito, só consegui pôr toda a gente na rua já quase às nove e meia, para uma correria até à escola, já todos em stress, porque hoje era dia de piscina e é suposto os miúdos estarem lá às nove e meia.
Começo a desconfiar que, ou eu sou muito lenta e tenho os miúdos mais difíceis do mundo - o que, manifestamente não corresponde à verdade -, ou as tais profissionais das corridas matinais e da maquilhagem perfeita não passam, afinal, de um mito urbano.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sonhos

Madalena, ar satisfeito, ainda a bocejar:
Mamã, tive um sonho mesmo bom. Como fomos à festa do Rui e eu depois sonhei que estava noutra festa, do avô Manel e agora vou fazer um desejo, que este sonho dure para sempre.

Pedro, quase em lágrimas, também acabado de acordar:
Mamã!!! Sonhei que o Porto ganhou…

domingo, 7 de julho de 2013

Era amor


Dona Mada:

Do que gostaste mais no dia de hoje, Madalena? Pergunta dificil para quem esteve em duas festas, primeiro com o Tiago, a Diana e a Maria, depois com o Francisco e o Miguel. O Tiago e o Francisco, com quem ela tanto gosta de brincar porque são crescidos e têm muitas ideias fantásticas, como ouvir música aos berros enquanto destruíam a cama da Liz ou esconderem-se no quarto mais escuro da casa da Laurinha a brincarem aos vampiros. Mada pensou, pensou, pensou, e lá se decidiu. Gostou mais de brincar aos vampiros. Porque sabes, mãe, a brincar aos vampiros era amor, ele dizia a minha amiga está doente e era amor e eu tinha um diamante especial e ele ficava contente e depois eu acordava e era amor.

Senhor Pedro

Digamos que por aqui o amor também andou no ar. A Diana tentou várias vezes ajudá-lo a puxar para cima os calções novos, que insistiam em lhe cair, e chegou a haver grandes corridas pela casa, com Pedrinho a tentar escapulir-se. Sem grande sucesso, refira-se, porque a Diana é uma rapariga determinada que sabe muito bem o que quer. Pode dizer-se, na verdade, que durante a tarde se registaram vários embates entre os dois, que culminaram com uma tentativa infrutífera dela de lhe dar um beijinho de despedida. Pedrinho recusou-se terminantemente e acabou refugiado nos braços da mamã, já em lágrimas, a explicar que não queria beijo nenhum e que a Diana tinha baba. Provavelmente daqui a uns anos será ela a mandá-lo dar uma volta, mas desta vez não houve mesmo nada a fazer, nem sequer os conselhos do pai sobre a forma como se devem tratar as raparigas. A comoção foi de tal ordem que exactamente cinco segundos depois de entrar no carro, Pedrinho tinha adormecido.


terça-feira, 2 de julho de 2013

Resgate? o que é isso?

Família no carro, logo de manhã, em contra-relógio para levar Pedrinho à terapia da fala. TSF em pano de fundo a dar as notícias das nove e dona Mada a olhar distraída pela janela e muito atenta à rádio, coisa que ainda não percebe muito bem como funciona, mas que a fascina completamente. No meio do silêncio da família ainda mal acabada de acordar, uma pergunta: "Resgate? O que é isso mamã?". Passei a pasta ao papá - o especialista na área - que lá se desenvencilhou o melhor que pôde e a aconselhou a não pensar muito no assunto. Afinal, quando ela tiver idade para se preocupar com a coisa, já o resgate financeiro a Portugal fará parte da história. Fará, não fará?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Notas de fim de ano

"A Madalena evoluiu sempre de forma positiva, consolidou os seus conhecimentos e está com vontade em todas as áreas. Tem um desempenho dedicado e excelente. Já não é a mesma criança tímida e revela-se uma grande comunicadora. As suas inseguranças são cada vez menores e está sempre feliz, a Princesa. Desejamos boa sorte para a nova etapa e queremos visitas. Vamos ter tantas, tantas saudades. Parabéns Madalena e obrigada por tudo o que nos ensinaste".

[Nós é que agradecemos, Susana. Durante estes anos tive sempre a certeza de que dona Mada estava bem e feliz quando a deixava na escola e isso é uma coisa tão importante que nem sei dizer o quanto]

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Maria, Maria

Maria esperou pelo calor para chegar. Quando o Verão se instalou à séria, as noites começaram a ser quentinhas e os dias trouxeram o cheiro do sol, ela achou, finalmente, que estava na altura de sair. Veio um bocadinho a contragosto, pé-ante-pé,  mas cá está ela. A bebé mais bebé da família, nascida no dia 25, logo a seguir às festas do São João, mas ainda a tempo de aproveitar o São Pedro da sua vila.

Lá em casa estamos muito contentes e com muita vontade de a conhecer.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dúvida existencial

Mamã, se o vestido de baile da cinderela desaparece à meia noite e se transforma de novo no vestido velho, porque é que não acontece o mesmo ao sapatinho de cristal? Porque é que ele não se transforma também num sapato velho?

Sim, porquê? É uma dúvida pertinente, há que admiti-lo.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Profissões

"E agora tu ficas com a minha filha enquanto eu vou trabalhar. Ela chama-se Ana e saiu agora da minha barriga e eu já estava grávida outra vez e o meu trabalho era entregar cartas. E tu és a avó e ficas com ela. Não te esqueças de lhe dar o biberão, duas gotas de cada vez e se ela chorar tu telefonas-me e eu venho imediatamente para cá. E agora eu ia-me embora e e tu dizias então adeus e não te preocupes que ela fica bem. Vá, agora vou-me embora levar as cartas. Eu sou carteirista. Adeus, adeus."

[Mada e mamã brincam às famílias enquanto na televisão uns senhores discutem a co-adopção como se não houvesse amanhã e esgrimem argumentos idiotas e vazios em nome do que eles dizem ser o superior interesse das crianças. Como se o superior interesse das crianças não fosse, acima de tudo, serem amadas e felizes, seja com um pai e uma mãe, dois pais ou duas mães.]

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Aniversário da Princesa

Dona Mada fez cinco anos. Cinco anos de filha linda, de coisas boas todos os dias, de miminhos, aventuras, descobertas, muitos sorrisos, algumas lágrimas, cinco anos tão bons, tão bons, como nenhuns o foram antes de ela nascer.
Por isso, no sábado houve festa lá em casa, a comemorar o aniversário da princesa. A organização foi da mamã - e o menu também - mas a responsabilidade pelos convites foi dela e foi ela que decidiu quem lá queria ter. À parte a Laurinha, que já tinha a agenda preenchida, este ano só foram os meninos da escola, depois de uma escolha difícil, porque são 25 e era impossível convidar a todos. Foram os mais queridos - quase todos os que andam com ela desde a creche -, mais os respectivos pais, e o nosso jardim  encheu-se de meninos, gargalhadas e brincadeiras, com Dona Princesa em grande stress ao início e a adormecer no sofá mal o último amigo saiu.
Era o dia dela e foi um dia muito bom. Das prendas todas, diz ela que a que mais gostou foi a da mamã: uma tenda que é mesmo um castelo de princesa, como qualquer princesa deve ter.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Abriu-se a caixa de pandora

O comando da televisão tem um novo dono lá em casa. Uma nova dona, aliás. Há dois dias o pai explicou-lhe como usá-lo e já não há quem a pare. Agora domina o esquema todo. Vai às gravações, às nossas e às agendadas, como ela própria diz, escolhe o canal, escolhe o programa que quer ver e o Pedrinho que tenha paciência, que o comando quem o tem é ela. Eu tentei impedir a coisa, juro que tentei, mas o orgulho de a ver fazer tudo tão bem, a aprender logo à primeira em que teclas tem de carregar e a tentar - com sucesso - ler o que vai aparecendo no ecrã, o orgulho, dizia eu, falou mais alto e por isso fiquei apenas a ver e esqueci-me de impedir fosse o que fosse. E agora pronto, nada a fazer, está aberta a caixa de pandora - ou das Winx, mais exactamente - sempre que, a seguir ao banho e antes do jantar, os dois se instalam para a televisão do dia. Que aproveitem, penso eu, que quando tinha a idade dela tinha de esperar uma semana para ver o episódio seguinte do Marco ou do Tom Sawyer.

Que grande lata, pois

Mamã e papá no jardim a apanhar a roupa e meninos na cama já prontos para dormir. Coisa de minutos, mas quando voltamos para casa estão os dois fora da cama, em grande aborrecimento. Pedrinho chora que quer a mamã, Madalena zanga-se com a mamã: "Eu a chamar, o Pedro a chamar e vocês não vinham. Então não vêem que ele está com tosse? Que grande lata!"

terça-feira, 7 de maio de 2013

Abril em Maio


 A palavra de ordem ontem lá em casa era "25 de Abril sempre, unidade sindical". Madalena berrava, Pedrinho berrava atrás dela enquanto arrastavam pelo corredor uma caixa de plástico para arrumação carregada de brinquedos.
É caso para dizer que Abril se prolongou por Maio e que os dois meses e as duas datas, afinal fazem todo o sentido juntas. E juro a pés juntos que não tenho nada a ver com isto e que sai tudo da "cabecinha esponja" de dona Mada.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Calvin foi ao dentista

O consultório do dr. Chico Alegre ficava numa garagem, ao fundo do quintal da grande casa onde ele vivia, na esquina da Praça da República com a Rua Nova. Às vezes era preciso esperar um bocadinho que ele acordasse da folga e fosse abrir a porta, mas eu não me importava nada e lá me sentava no degrau, com o cão pela trela, à espera e já a cozinhar um montão de perguntas para lhe fazer. O dr. Chico Alegre era veterinário, tinha uma paciência de santo comigo e era sempre eu que lhe levava o nosso cão (o do momento, entre os vários que foram passando pela família) quando era preciso vaciná-lo ou quando lhe aparecia alguma mazela. Não era preciso pagar, porque o meu pai depois, noutro dia qualquer, passava por lá e acertavam as contas, mas, tirando os medicamentos, ele nunca me levava nada. A minha mãe dizia-me sempre que perguntasse quanto era, mas eu invariavelmente esquecia-me, demasiado ocupada em saber para que serviam as seringas e agulhas e tesouras e todas as traquitanas que o dr. Chico guardava na garagem.

Esta semana lembrei-me muito do dr. veterinário da minha infância quando tive de levar o Calvin ao hospital. Tinha o focinho inchado, um dente partido, uma infecção, enfim, teve de ir ao dentista, o pobre. Um simpático senhor atendeu-nos e, em cinco minutos, disse o que achava que era o diagnóstico e que iria passar o caso à colega especialista. E nisto foram 35 euros.
Deixámos lá o gatinho, que foi sedado (mais 50) e submetido a uma extracção dentária (outros 30) e ainda teve direito a uma destartarização (25 euros). De análises e RX foram mais 55 euros e por um pack dentário que lhe aplicaram (pasta de dentes com flúor, segundo averiguei entretanto) foram mais 40 (??) euros.

Vou abster-me de aqui referir a factura final, mas era mais ou menos o mesmo que tínhamos orçamentado este mês para esterilizar a Gatinha, que está a ter os primeiros cios e corre louca pela casa a toda a hora. Assim sendo, neste momento temos uma gata tresloucada e um gato à beira de um ataque de nervos, porque já não a pode aturar e porque, como tem um belo colar, não pode coçar as orelhas nem ir dar os seus habituais passeios. Pelo menos o focinho já voltou ao tamanho normal.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Vocês estão sempre cansados...

... disse a Madalena, hoje de manhã, a caminho da escola. E lá vim eu para o trabalho com o coração apertadinho, a pensar na vida e no que é que ando a dizer à minha filha. Cheguei à conclusão que ela exagera ligeiramente, mas alguma razão há-de ter.

Esta semana regressava de um serviço para o jornal, já quase às sete da noite, passei por um parque infantil cheio de pais e mães com crianças e pensei que é coisa que não faço há muito tempo, que já não me lembro quando foi a última vez que os fui buscar à escola e depois os levei ao escorrega.

Se calhar ela tem razão e ando a dizer-lhe demasiadas vezes que estou cansada, quando chego a casa e eles já estão de pijama, jantar na barriga e quase com um pé na cama. Se calhar tenho de chegar a casa mais cedo. Se calhar, tenho de brincar mais com eles, levá-los ao parque ao fim da tarde. Se calhar...

Sexta-feira estou de folga e preparem-se que vai ser um dia em grande. Palpita-me que vou chegar à noite muito cansada, mas será por uma boa causa.

Por que é que ele chora

Porquê? Ora, porque sim. As razões, ou a falta delas, podem ser tudo e mais alguma coisa. Ora espreitem lá este blog: "Reasons My Son Is Crying".
(Descoberto através daqui)

Lista de compras para a feira do livro

[em actualização]

O Resto é Silêncio, Erico Verissimo
(comecei com O Tempo e o Vento, todos os volumes, nos tempos em que à noite ainda não adormecia ao fim da segunda página de leitura, e creio que já li uma parte substancial dos livros dele. Continua actualissimo e magnífico)

Cotovia, Dezsó Kosztolányi
(Porque sim)

Que importa a fúria do mar, Ana Margarida de Carvalho
(Porque conheço poucos jornalistas que escrevam tão bem como ela s estou muito curiosa com este seu primeiro livro - o primeiro que lhe conheço, pelo menos)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Adeus chucha

[informação para a posteridade]



Pedrinho, três anos e uns pózinhos, decidiu deixar de usar chucha. Papá estava fora, ele era o homem da casa e, além disso, tinha "doi-doi no lábio". A chucha não dava jeito nenhum, apesar de já só ser usada para dormir, por isso foi provisoriamente arrumada no armário. A decisão acabou por se tornar definitiva.
Agora, Pedro é crescido e não usa coisas de bebés. É um rapaz de convicções fortes e também não põe baton, que isso é coisa de menina, apesar de a mana o tentar convencer que baton para o cieiro não faz mal.
É um valente, o meu filho.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sai um tudo incluído para quatro, se faz favor

Foi coisa que nunca me agradou. Ir para um destino de sol, ficar por lá de papo para o ar, pulseirinha na mão, tudo incluído ... que tédio. É que nem pensar. O que tem piada é ir à aventura, descobrir sítios, conhecer pessoas, perceber como vivem o que fazem, do que gostam, como falam, a sua história. Um tudo incluído para mim sempre foi assim como viver num condomínio fechado no meio de um bairro popular: entrar e sair de carro e nunca dizer bom dia ao senhor da mercearia da esquina.
E agora, de repente, o tudo incluído parece-me um sonho. Uma maravilha. Qualquer coisa próximo do paraíso na terra. De repente, já me parece muito menos importante confraternizar com os locais (sempre nos resta o pessoal do hotel, não é?). E conhecer as cidades também dever ser perfeitamente possível numa manhã, numa daquelas mini-excursões em autocarro, com uma senhora a desfiar curiosidades históricas, para depois, à tarde, aterrar novamente na espreguiçadeira.
Dêem-me um tudo incluído e eu serei uma rapariga feliz. Uma semana de sol, uma espreguiçadeira e um livro, mais a mesa sempre posta, sem ter de me preocupar em ver se há sopa no frigorífico nem o que é que vou fazer para o jantar.
Então pode ser este aqui, se faz favor. Para quatro pessoas, dois adultos e duas crianças.

Ou este, que também não ia nada mal:


E podia continuar com a selecção, mas acabou-se a hora de almoço...




quarta-feira, 27 de março de 2013

SNS

A nossa Inna chegou escandalizada. Tinha uma consulta para as 10:30 e foi atendida, imagine-se,  já passava da uma da tarde. Lá na Ucrânia as coisas não funcionam assim, nem pensar. Lá vai-se de manhã ao centro de saúde, tira-se uma senha para a especialidade pretendida e daí a pouco tempo estão a chamar pelo nosso nome. Claro que na Ucrânia faltam muitas outras coisas, mas o Estado, essa entidade omnipresente herdada da velha URSS, mantém-se previdente, o seu longo braço a zelar pelos cidadãos. Não há empregos, é verdade, os que há são muito mal pagos e no Inverno o frio é tanto e o gás russo é tão caro, que às vezes é preciso escolher entre encher o estômago ou aquecer o corpinho. Cá pelo contrário temos um clima que é uma maravilha e o nosso gás vem da Argélia. Só há a parte do desemprego e dos baixos salários, que aí estamos cada vez mais parecidos com a Ucrânia. Já na parte do serviço nacional de saúde, afastamo-nos progressivamente. E um dia destes, em vez de uma manhã, a nossa Inna - tal como toda a gente que não tenha um seguro de saúde - vai ter de esperar várias manhãs. Como agora já é preciso esperar meses por uma consulta para o Pedrinho, que tem de ir fazer uns testes às alergias. O nosso SNS está a ir por aí abaixo. E o que mais me assusta é que quem está a tomar as decisões certamente nunca sentou o rabinho na urgência do São José nem nunca levou as crianças a meio da noite à urgência da Estefânia. Quem está a tomar as decisões não faz a menor ideia daquilo em que este país se está a tornar, porque só põe o pé na realidade quando vai em visita oficial e, mesmo aí, devidamente rodeado de protecções, não vá alguém lembrar-se de cantar a Grândola.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Gordinha, eu?

Pedrinho, muito sério, senta-se no meu colo e comenta: Mamã, barriga grande? Grande nada, digo, na esperança que o assunto fique por ali. Mas ele insiste. Sim, barriga grande. E depois, com um ar preocupadissimo, faz a pergunta: Bebé?
Garanto-lhe que não, que o meu único bebé é ele, e depois tomo a decisão que se impõe: no próximo Verão vou comprar, pela primeira vez na vida, um elegantérrimo fato de banho, daqueles de peça única que, aliás, até estão imenso na moda.

terça-feira, 19 de março de 2013

O meu pai

Foi o meu pai que veio comigo. Eu tinha 17 anos, vinha para a faculdade aprender a ser advogada e mudava-me da minha pequena vila alentejano para uma cidade onde poucas vezes tinha estado e onde não conhecia ninguém. O meu pai veio comigo, alugámos um quarto em casa de uma respeitável senhora viúva (felizmente não havia vagas no lar de freiras), eu fiquei e o meu pai voltou. Voltou mas todos os dias me ligava, religiosamente, às oito e meia da manhã, quando chegava ao trabalho. Nessa altura não havia telemóveis e ainda não havia telefone fixo em nossa casa, por isso o meu pai era o meu elo de ligação à família e ao meu Alentejo. Às vezes atendia o telefone bêbeda de sono só para lhe dizer que estava bem e o ouvir dizer que estava tudo bem, e sabia que ele estava lá. Que eles estavam lá.
E de facto o meu pai esteve sempre lá, mesmo nunca falando muito, que ele nunca foi homem de muitas palavras. A minha mãe é a mais presente, é o carinho e a ternura, mas o meu pai é a força. A protecção que nunca me falha quando eu preciso. Que me mandou para a universidade, que me ajudou a comprar a minha primeira casa, que se zangou comigo quando me lembrei de comprar um carro sem sequer o avisar. Que me passou a mão pela cabeça quando tive o meu primeiro grande desgosto amoroso e, mesmo sem dizer nada, chamou todos os nomes ao meu ex.
O meu pai envelheceu, como todos os pais, como eu também envelheci, mas quase me espanto quando penso nisso, porque, para mim, ele continua a ser o meu pai da minha adolescência, que cheira a Old Spice e a sabonete Nívea, que vibrou quando a sua filha foi ser uma advogada (mal sabia ele...), e quando nasceu a sua neta, e quando conheceu o seu neto. 
O meu pai é ainda e sempre a minha força, ou não tivesse eu herdado dele a casmurrice. Zangamo-nos muitas vezes, discordamos de muitas coisas, eu acho que sei sempre tudo e ele também, mas gostamos tanto, tanto um do outro.  Ele nunca me disse isso, mas eu sei.

Um Papa com gente dentro?


Já passaram alguns dias desde que saiu fumo branco da chaminé da capela Sistina, mas Pedrinho ainda não se esqueceu e mal vê na televisão a imagem do novo Papa Francisco a aparecer à janela do Vaticano, lá vem ele chamar-me a correr para ver o Papa, que por acaso é uma das palavras que ele diz mais perfeitinhas. Eu por mim também estou fã deste Papa, que termina a missa de Domingo a desejar bom almoço às pessoas, que recusou o papamóvel para ir de minibus com os amigos bispos, que mantém os seus já usados sapatos pretos em vez dos pavorosos sapatos vermelhos que o protocolo manda pôr, e que dá beijinhos em público a uma espantada Cristina Kirchner, que sai da primeira audiência do novo chefe da Igreja a anunciar que nunca um Papa a tinha beijado. Pequenas coisas, é certo, mas nada que alguma vez se tivesse visto no seu antecessor. E talvez nem mesmo em João Paulo II, que foi sempre o sumo pontífice da minha predilecção. Desta vez, parece que temos um Papa com gente dentro, embora ainda lhe falte mostrar ao que vem e, é certo, tenha uma ou outra coisa no currículo que bem se podia ter evitado.
Aos jornalistas, no seu primeiro encontro com a comunicação social, disse: "Para o vosso trabalho são precisos estudos, sensibilidade, experiência, como em tantas outras profissões,mas é precisa uma grande atenção à verdade, à bondade e à beleza, e nisto estamos próximos porque também a Igreja existe para comunicar a verdade, a bondade e a beleza.”
É mais ou menos isto, embora esteja longe de ser só isto.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Festa de anos

Pedrinho saiu a choramingar, porque a Manena nã vinha emboia. Papá não choramingava, mas, com um ar ligeiramente angustiado, olhava para trás e lamentava-se que a casava ficava lá muito alto. E ficava, de facto. Era um quarto andar, sem elevador, e tínhamos acabado de lá deixar a dona Princesa para a sua primeira festa de anos sem papá nem mamã, sozinha com as amigas. Uma emoção muito grande, o evento preparado com muita antecedência, a roupa escolhida ao milímetro logo de manhã cedo, mal saltou da cama. Afinal, não é todos os dias que a melhor amiga faz anos e o grau de tensão era elevado. Voltou para casa no estado que se pode ver aqui ao lado, sem se rir para que a pintura não saísse, sem falar, não fosse a cara esborratar, cansada, mas feliz com o seu dia de menina crescida que começa a ganhar asas e voar.


sexta-feira, 8 de março de 2013

Dêem-me um raio de sol, por favor

Estou farta do Inverno. Do frio, da chuva, de miúdos que dormem destapados e acordam ranhosos e cheios de tosse. De ir para a Estefânia a meio da noite porque um deles não consegue respirar bem e se contorce com dores de barriga (não sabia, mas uma coisa pode ser consequência da outra). Estou farta de botas, de chapéus de chuva, de me preocupar porque são cinco da tarde, está uma tempestade lá fora e não sei como é que eles vão conseguir chegar a casa sem ficarem num pingo.
Dêem-me um raio de sol, por favor. Um daqueles à séria, porque dos outros (momento piroso do dia) já tenho dois lá em casa que iluminam a minha vida.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Pedrinho fez três anos

O meu bebé está um crescido, mas continua o meu bebé. O meu filho lindo e maravilhoso. Que abre os braços e corre para mim pelo corredor quando entro em casa ou o vou buscar à escola. Que se senta comigo no sofá, mantinha nos joelhos, a ver bonecos na televisão de mão dada. O meu bebé que me diz "O Pedo tosta da mamã", ao mesmo tempo que me faz festinhas na cara. Que nunca me deixa vir embora da escola sem me chamar para mais um abracinho. O meu filho que já sabe contar até dez e que sabe muito mais coisas do que nós imaginamos porque fala lá à sua maneira e por isso às vezes não o percebemos. O meu Pedrinho fez três anos e é uma das minhas luzes. E é um amor tão grande, tão grande, que não o consigo enfiar em palavras. Parabéns, meu filho lindo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Três telefonemas

1º, logo pela manhã:

Está? Bom dia, olhe, temos aqui um gato, o Calvin, deve estar perdido. Entrou na loja e agora não o conseguimos mandar embora. É aqui no Fórum Tivoli, na Fashion Clinic. Atendi, um bocado distraída e mesmo no final de uma entrevista que tinha estado a fazer, e só me deu para rir, porque se há coisa que este gato sabe é escolher bem os sítios onde vai. Nada mau, na Fashion Clinic, respondi à rapariga. Pois, tem um gato muito chique, riu-se. Pedi-lhe que o encaminhasse para casa, que ele sabe ir sozinho, mas ela deve ter achado que eu não passava de uma dona desnaturada que abandona animais e desligou com muito maus modos.

2º telefonema, por volta da hora do almoço. Ao fundo ouvia-se música espanhola bastante alta.

Oh minha senhora, fala aqui do Andorra, está cá o seu gatinho, pode vir buscá-lo. Andorra? Não estou a ver onde é, desculpe lá. Então, o Andorra, aqui nas Portas de Santo Antão, não conhece? Ele está cá já há  um bocado e já lhe demos de comer. Não faça isso, senão ele nunca mais se vai embora para casa, peço eu ao diligente e preocupado empregado de mesa. Pois, não fomos nós, foram os turistas, sabe como é, um peitinho de frango aqui, uma sardinha e uma perninha ali... Sei como é sei...

3º telefonema, por volta da hora do lanche.

Um senhor aos gritos, para se fazer ouvir sobre o barulho de fundo, informa que o nosso gato está "guardado na despensa". É mais um restaurante, desta vez o Santiago, já perto do Rossio, e também já lhe tinham dado comida. Que o fossemos buscar até à meia-noite e se não pudéssemos não fazia mal, que ele passava lá a noite.

Fomos buscá-lo e agora dorme serenamente o dono dos gatos justos, ele que, mais uma vez, teve um dia cheio de aventuras e entretanto está já a ver como é que amanhã de manhã se há-de escapulir de novo para a rua.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Noites de Inverno pedem camas quentinhas

Dona Helena, 80 anos, nossa querida vizinha do andar de cima, dormia tranquilamente na sua caminha quando foi acordada por um ruído. A porta do quarto, que estava apenas encostada, abriu devagarinho e, de repente, há um vulto que salta para cima da cama. Dona Helena, que sempre viveu sozinha e não é senhora para se deixar assustar com facilidade, desta vez tremeu um bocado. Tão rápido quanto lhe permitiram os seus 80 anos, precipitou-se para acender a luz e enfrentar o intruso olhos nos olhos. E ele lá estava, já instalado e enroscado aos pés da cama, precisamente no sítio da botija de água quente que aquecia os pés da dona da casa. Ainda olhou para ela, soltou um sonoro bocejo, e preparou-se para um santo e regalado sono no sítio mais quentinho da casa. Desta vez não teve muita sorte. Dona Helena gosta mais de dormir sozinha e, sobretudo, não gosta que lhe entrem em causa sem a sua expressa autorização, por isso abriu-lhe educadamente a porta da rua e mandou-o para as escadas do prédio. Eram quatro da manhã e Calvin não teve outro remédio senão dormir no tapete da entrada.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O meu primeiro beijo

"Hoje conheci um menino novo na escola. Ele não é de lá, mas estava lá, e quando nos sentámos no tapete, correu para se sentar ao meu lado. Depois disse que me queria dar um beijinho. E deu, aqui, na cara. E disse que era meu namorado. E depois sentámos-nos em frente aos computadores e eu, faz de conta, escrevi que este menino é meu namorado. Ele disse que tem quatro anos, mas não tem. E não sei o nome dele, não me lembro assim tanto. Não contei às amigas, mas contei à Inna e à mamã. Conta tu ao papá, está bem?"

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval, finalmente



E foi assim, no Carnaval. Dona Mada participou num desfile à séria, com outras escolas da junta de freguesia, e fez furor no seu traje de pepino. Pedrinho foi só até ao jardim ver os patos e teve um tal ataque de mamãzite que foi preciso dar-lhe a mão durante todo o tempo. Nada que me chateasse muito. De folga, já a pensar nos desfiles, foi um dia dedicado aos meus pequenos legumes que, há que admiti-lo, estão cada vez mais maravilhosos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Sonhos são coisas que temos no nosso coração

Madalena, à hora do jantar, conta à mamã que sonhou com a Ritinha e com o Tiago. Estávamos a jogar à bola e estava lá eu própria e só quem jogava era o Tiago, diz ela. Porque é que eu sonhei com eles, mamã? Se calhar porque já não os vês há muito tempo e estás com saudades. E tu, Pedrinho, sabes o que são sonhos, pergunto eu. Pedrinho diz que sim, mas claro que não sabe, por isso Madalena explica-lhe: Os sonhos vêm quando estamos a dormir e são coisas que temos no nosso coração. E pronto.

Uma história de pinturas

Dona Madalena gosta muito de saber o que vai sendo escrito por aqui desde que, há uns tempos, o pai fez uma sessão de leitura do blog, principalmente de posts de quando ela era bebé. Hoje decidiu ser ela a ditar uma história à mamã. Cá está, tal qual ela a foi contando:


[é uma história que tem meninas à séria]
Era uma vez uma escola que tinha muitos meninos. Que tinha vinte e cinco. E nós tínhamos uma actividade de pinturas, que gostávamos muito. Era só duas meninas que chamavam-se Madalena e Beatriz  e nós gostávamos tanto da aula de pinturas que todos os dias tínhamos sempre aulas de pinturas. Um dia, a Beatriz disse à colega Madalena:  hoje temos aula de pinturas. E eu disse que temos de despachar-nos, temos mesmo de despachar-nos. A Beatriz concordou. E chegou a professora da aula de pinturas. Quando chegaram à sala de pinturas, começaram a pintar as caras. E as duas gostaram tanto da pintura, elas pintaram Stella e Bloom. E até tinham vestidos. Quando acabaram de pintar, elas queriam tanto água que a professora das aulas de pinturas disse às meninas: Madalena  e Beatriz  vão lá acima. A Mara dá-vos água. Está bem, professora de pinturas. Quando chegou a hora de irmos para a cama dormir a sesta, nós só pensávamos na aula de pinturas. E quando chegou mais uma aula de pinturas, elas ficaram preocupadas porque elas não acabaram o seu trabalho e disseram à professora: professora, professora, vamos fazer pinturas, vamos, vamos, vamos. A Beatriz pintou primeiro, a Madalena pintou a seguir e ficaram tão felizes por pintarem as suas caras.
E FIM.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Regresso a casa

Cada vez me convenço mais que o nosso gato tem um vida dupla que me escapa completamente. De vez em quando chegam-nos alguns episódios e, desculpem lá os ilustres leitores que não se interessam por essas coisas, tenho de os registar aqui, porque como o Calvin há-de haver poucos.
No fim-de-semana continuávamos sem saber dele e já nos preparávamos para ligar à senhora estrangeira que dias antes lhe tinha dado abrigo quando recebemos novo telefonema. Que estava na rua tal, número tal, e que não nos preocupássemos que estava bem. Lá fui com a Madalena. Era uma casa pequenina de um jovem casal de namorados que também tinha uma gata. A gata estava furibunda  escondida atrás do sofá a fazer fuuu a tudo o que se mexesse. Quanto ao senhor Calvin, estava calmamente instalado no quarto de dormir, com o seu ar mais seráfico, a apanhar sol à janela. Já tinha comido e estava certamente a fazer a digestão, de tal forma satisfeito que nem refilou quando o enfiámos na caixa.
Os donos da casa despediram-se dele emocionados, ai que é um gatinho tão simpático e tão carinhoso, e bla, bla e bla, bla, e adeus e volta sempre. Há-de voltar, há-de, que o Calvin tem boa memória e sabe sempre bem onde lhe dão comida.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Este gato já não é só nosso

Ontem à noite não dormiu em casa mas hoje, antes de nos começarmos a preocupar, chegou o habitual telefonema: Senhor Calvin está aqui por perto, uma ou duas ruas abaixo, confortavelmente instalado na casa de uma senhora de um país qualquer que não conseguimos identificar, que lhe deu comidinha da boa e, segundo explicou, está a matar saudades de dois gatos que teve há uns anos. Hoje à noite é capaz de dormir por lá, apesar de termos pedido encarecidamente à senhora que não lhe desse comida e que o encaminhasse rua acima. O problema é que ela não tem coragem de o acordar e de o pôr na rua, com este frio e, principalmente, depois de ele ter ido à casa de banho antes de se instalar para dormir. É que, não só foi à casa de banho, como utilizou a sanita. A sanita, exactamente, coisa que ela nunca tinha e visto e nós a bem dizer também não, mas a senhora jura emocionada que sim, que é verdade, por isso não nos resta alternativa senão acreditar que foi verdade. Ah e ficámos também a saber que, depois da farmácia, dos vários hospitais aqui à volta, da peixaria, da leitaria, agora o sítio favorito do Calvin é o talho do senhor Luis. Dão-lhe carne crua, esclareceu a senhora. Obrigadinha, dizemos nós, que andamos a gastar dinheiro naquela ração especial para gatos idosos e com estômagos delicados... Humpf.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Work in progress


Projecto realizado por Mada e mamã.
Prometemos dar notícias em breve.

Artistas de palmo e meio

Dona Mada e Senhor Pedro assinam, respectivamente, "Rui e Madalena" e "Capuchinho Vermelho".
Duas pequenas obras de arte, naturalmente.











quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O avô António e os trabalhos da tia Alexandra


“O Avô António agora é uma estrelinha”, explica a Madalena ao Pedro. Estão a brincar com uma caixinha de música que ela ganhou do avô e lembra-se sempre disso. A história da estrelinha, claro, é minha, de uma vez em que, perante tantas perguntas sobre o avô, já não sabia o que lhe responder. Pareceu-me uma boa explicação, mas ela agora já lhe acha muitos defeitos e se calhar, qualquer dia, já não lhe serve. Ao Pedrinho sim, mas também ficou a pensar no assunto. Nas últimas noites pergunta-me sempre, lá à sua maneira, se o Avô António é uma estrelinha e até já perguntou se ele estava na lua.

Vem este post a propósito da tarefa em que se meteu a tia Alexandra: conseguir atribuir o nome de uma rua de Lisboa ao Avô António, que durante muitos anos se dedicou à cidade.

Está a recolher assinaturas, para apresentar oficialmente a sua proposta e quem quiser subscrever esta causa pode fazê-lo através do Facebook, neste link, ou, em alternativa, enviar por e-mail os seguintes dados: - nome; - profissão; - número de BI; - contacto telefónico.

Para ficarem a saber um pouco mais sobre este avô, aqui fica o texto da tia Alexandra:

FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA:

António Anselmo Aníbal dedicou a sua vida à causa pública. Foi dirigente estudantil entre 1963 e 1965 (Presidente da Pró-Associação de Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa, o que lhe valeu a expulsão das universidades portuguesas durante um ano), Secretário de Estado da Administração Pública do V Governo Provisório, em 1975, e Deputado à Assembleia da República (independente, pelas listas do PCP) entre 1980 e 1987. A par da sua carreira profissional como bancário e docente universitário, assumiu os seguintes cargos públicos: Vice-Presidente do Instituto de Tecnologia Educativa (1975), Presidente da Inspecção Geral da Administração Pública (entre 1999 e 2001), Presidente do Instituto para a Inovação na Administração do Estado (2001) e Vice-Presidente da CIVITAS.

Actividade na Câmara Municipal de Lisboa:

Desempenhou o cargo de Vereador no Município de Lisboa ao longo de 17 anos, entre 1976 e 1993, durante os mandatos dos presidentes de Câmara Aquilino Ribeiro Machado, Nuno Cruz Abecassis, Jorge Sampaio e João Soares. Foi:

- Vereador da Oposição entre 1976 (na sequência das primeiras eleições autárquicas em Portugal, em Dezembro desse ano) e 1989.
- Vereador, com funções executivas, do Pelouro da Organização e Modernização Administrativa e do Pelouro da Intervenção Social (entre Janeiro de 1990 e Dezembro de 1993).
- Presidente da Comissão Municipal de Toponímia (entre 1990 e 1993).

Por sua proposta, em 1990, a Comissão Municipal de Toponímia deixou de ser um órgão interno ao Município de Lisboa, para se abrir à sociedade, passando a integrar Universidades, a Sociedade Portuguesa de Autores, o Grupo Amigos de Lisboa e personalidades de reconhecido mérito pelos seus conhecimentos e estudos sobre a cidade de Lisboa.

Medalhas atribuídas pelo Município de Lisboa:

- Foi condecorado com a medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, a 14 de Abril de 1988, “considerando a exemplar dedicação às suas funções”.

- Recebeu, a título póstumo a Medalha de Honra da cidade de Lisboa (Voto de pesar nº 11/2009 de 22 de Julho de 2009, subscrito pela Câmara Municipal de Lisboa).

Medalha atribuída pelo Presidente da República:

- Foi-lhe conferido, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, o Grau de Comendador da Ordem do Mérito, a 27 de Janeiro em 2006.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Não sou eu, não

Há uns tempos passou-me pela cabeça que podia estar grávida novamente. Foi uma coisa assim de momentos, já que logo se provou que não, que não estava nada, mas durante algum tempo saboreei a ideia. Pensei em como seria ter outra criança, uma família mais crescida, novamente nove meses de descobertas, de evolução diária. Pensei e não foi coisa que me desagradasse de todo, há que admiti-lo. No entanto, estimados leitores, não há qualquer plano nesse sentido. O post aqui de baixo não diz respeito a mim. Desta vez, a futura mamã é uma grande amiga. Uma amiga especial, com uma história de vida muito especial e que merecia muito esta alegria. Cá em casa estamos muito felizes por ela.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mais uma bebé a caminho

Cheguei atrasada para o jantar, por isso fui a última a saber. Na minha cadeira estava uma pasta e dentro da pasta estava uma caderneta de gravida e na cara das três meninas que olhavam para mim estava um sorriso parvo, daqueles que só de a gente olhar para eles já dizem tudo. E eu adivinhei no segundo seguinte que vinha ai mais um bebé a caminho. Uma bebé, disseram-me depois. Especial, como são todas os bebés, mas um bocadinho mais especial ainda, porque é o lado b de um milagre, de uma aventura feia com um final feliz, é uma conquista de uma mamã muito valente, como são todas as mamãs, mas esta um bom bocado mais valente do que todas as outras. É uma pequena maravilha e há-de chegar daqui a uns cinco meses, com o quentinho do Verão.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Qual é o teu preferido, mamã?

- Mamã, diz-me lá uma coisa: de quem é que tu gostas mais, de mim ou do Pedro?
- Gosto dos dois igual, filha. E gosto muito.
- Mas diz lá, qual é o teu preferido?
- Já te disso, gosto dos dois igual.
E ela já um bocadinho chateada:
- Mas nós não somos gémeos, não podes gostar dos dois igual. Quem é o teu preferido?
- Tu és a minha filha preferida e o Pedro é o meu filho preferido.
- Não gosto dessa resposta!
- Então pronto, o meu preferido é o Calvin e acabou o assunto.

Não acabou, que dona princesa quando quer é teimosa que se farta e neste caso estava mesmo empenhada em conseguir a resposta que queria ouvir, ou seja, que a preferida era ela. Foi uma trabalheira para a conseguir distrair com outras coisas, mas qualquer dia desconfio que volta à carga.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vitória

Madalena: Na minha aula da piscina há uma menina chamada Vitória.
Dedução imediata do Pedrinho: É a águia do Benfica.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Onde é que ela vai buscar estas coisas?

À noite, já na cama, enquanto tenta convencer-me que ainda pode brincar mais um bocadinho: "mamã, gosto tanto de ti. Não quero te perder-te nunca."

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Olha o ano novo

Olhámos para ele do nosso jardim, sobre os telhados de Lisboa. Lá ao longe os fogos de artifício que, simpáticos, se deixaram ver dos lados do rio. Batemos panelas, engolimos passas de uva a correr, abraçámo-nos com muita força e abrimos a boca de espanto porque alguém mandou a viajar pelos ares uma lanterna chinesa com fogo lá dentro e que parecia querer aterrar no nosso jardim. Pedrinho, já na caminha a dormir, perdeu o espectáculo, mas dona Princesa aguentou-se como gente grande.
Não mudou nada, mas 2013 aí está. No primeiro dia do ano fomos andar de bicicleta para ao pé do rio, vimos filmes na televisão, fizemos móveis para a casinha de bonecas. Durante estes dias andámos coladinhos uns aos outros, que é a melhor coisa que há. Por isso o meu desejo para o ano é este: que possamos estar juntos mais tempo. Quanto ao resto, que venha 2013, que nós cá estamos para o apanhar.