segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A minha leeeeeeeeeeeeeeeetra !

Agora anda nisto. Vai muito bem na rua connosco e de repente desta aos berros, satisfeitíssima, porque vislumbrou a sua letra. Na matricula de um carro, numa publicidade de rua, num graffiti que alguém pintou numa parede... seja onde for, onde houver um M, ela há-de dar com ele. o éme, a minha letra, diz toda orgulhosa. E nós, ao lado, mais orgulhosos ainda. Dona princesa, pouco mais de dois anos e meio, conhece (quase) todas as letras do alfabeto. A letra dela, a do pai, a da mãe, a do mano, a dos avós, das tias, dos primos, da Joana, da Inna, e por ai fora. Até o K, que como não tinha ninguém a quem ser atribuída, pensámos que seria mais difícil. Qual quê? K é a letra da Kitty, naturalmente.

A paixão pelas letras (sobretudo pela dela própria) é de tal ordem, que de vez em quando vai buscar um toalhete e dedica-se a limpar, laboriosamente, o tapete de borracha, em jeito de puzzle, com as várias letras e números que temos no chão do quarto dos brinquedos.

Já agora, e porque estamos em maré de elogios (coisa que nunca se vê neste blogue), temos de referir também os dotes matemáticos de dona princesa, que identifica na perfeição os números de um a dez. Com as cores tem tido alguma dificuldade, mas lá se vai desenrascando. E quando não sabe inventa: aquele carro é verde, aquele é azul, aquele... não lembro... aquele é da cor do Benfica.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Onze

Pedrinho faz hoje onze meses. Onze. A minha pergunta é sempre a mesma: como é que o tempo passa tão depressa? E, depois, vem logo a constatação: quero estar com ele mais tempo e não consigo. Quero ser a primeira a descobrir cada pequena coisa nova que ele aprende e não consigo. Quero ser melhor mãe, não quero passar dez horas por dia no trabalho, mas não consigo. A única certeza que tenho é que, nestes onze meses o meu amor pelo meu pequeno homem cresceu, cresceu, cresceu e o meu coração cresceu com ele.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Marcas de guerra

Pedrinho, dez meses e três semanas, bateu com a cabeça e ficou com um arranhão, com direito a sangue e muitas lágrimas e uma mãe a meter-se no primeiro táxi que lhe apareceu porque o queria ver antes de ele ir dormir. Estava bem, já na caminha mas ainda de pé, apesar do adiantado da hora, bracinhos abertos para a mãe desnaturada, que saiu de casa às dez da manhã e voltou às dez da noite.

Foi o primeiro arranhão, mas não foi a primeira queda, que esta coisa de se movimentar de pé agarrado aos móveis tem destes perigos, mas é demasiado aliciante. E senhor Pedro não pára. Gatinha atrás da mana, insiste em brincar com os mesmos brinquedos que ela e tem algumas actividades predilectas, como por exemplo tirar da estante da televisão a nossa colecção de DVD e espalhá-los laboriosamente pela sala.

Com tanta actividade física, claro que não tem tempo para se sentar no bumbo e aprender coisas tão básicas como bater palminhas. Isso é coisa de meninas, está-se mesmo a ver. Tão iguais e tão diferentes, os meus pequeninos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Para mim e para o meu mano, se faz favor

À conversa depois de mais uma leitura do livro "O Ruca faz anos" (é uma das leituras preferidas e já o lemos para cima de umas cem vezes, seguramente)
Mamã - Quando tu fizeres anos também fazemos uma festa, com bolinho e velas para soprar. E podes pedir uma prenda.
Madalena - Quero uma camisola da Kitty [olha que estranho...]. E uma malinha da Kitty [esta apanhou-me de surpresa. Tão pequenina e já sabe que uma rapariga não é nada sem a sua malinha]. E para o Pedro, um carrinho...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Ai a minha cabeça...

Conversa à mesa, à hora do jantar.
Madalena - Mamã, esqueceu-me de contar-te uma coisa a ti.
Mamã - Ai sim? e o que foi?
Madalena, depois de um pequeno silêncio - Não Lembro. Lembras, papá?

(mais tarde acabou por se lembrar: queria contar-me que tinha comido amendoins com o pai, quando ele a foi buscar à escola hoje à tarde)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Chiu....

... não contem a ninguém e não falem muito no assunto para não dar azar, mas ontem à noite senhor Pedro dormiu sete horas seguidinhas sem pedir leite. Deitou-se às dez, dei-lhe biberão à uma e só voltou a pedir (exigir) comida às oito da manhã. Claro que aí acordou e já não o convenci a fechar a pestana novamente, mas pronto, não se pode ter tudo, não é?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pedrinho tem sempre razão

Que ninguém duvide que o homem pequenino cá de casa é um verdadeiro relógio. Suiço. Perfeito. Aquele estomago não falha nunca e eu, ao fim de mais de dez meses a acordar duas vezes por noite, já devia saber disso. Mãe de pouca fé, afinal, que duvidei do meu despertador privado e o troquei pelo relógio da mesa de cabeceira que me dizia que eram "apenas" três da manhã. Ora senhor Pedro tinha tomado um belo biberão de leite à uma, por isso ainda não eram horas de repetir. Vai daí, ignorando os gritos furiosos da nossa fera, lá lhe enfiei a chucha pela boca, mudei a fralda, embalei, cantei, sei lá o que é que eu fiz até que adormecemos os dois, ele exausto, eu exausta, abraçados um ao outro na minha cama, o pobre do pai recambiado para um mísero cantinho do colchão.
E só de manhã se fez luz: o relógio da mesa de cabeceira estava três horas atrasado. Três. Assim sendo, quando Pedrinho pediu leite estava dentro da hora habitual e, pobrezito, deve ter-se sentido o bebé mais injustiçado do mundo. Mas a principal conclusão é outra: mesmo contrariado, o rapaz ficou da uma às sete sem meter nada na barriguinha, o que só prova que os biberões nocturnos são mimo. Hábito e mimo que temos de desenraizar dê lá por onde der, que eu já não aguento estas noites mal dormidas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ups

Notícia matinal na escola de dona princesa: precisamente na sala dela, foi detectado um caso de varicela. E, como se já não bastasse, o feliz contemplado foi o André, ilustre sucessor do Nuno no coração da Madalena. Aliás, a caminha dele, na hora de sesta, é ao lado da dela.

Não faço ideia no que é que isto vai dar, mas tem todos os ingredientes para não dar coisa boa.

Porquê, mamã?

Vamos jantar, Madalena?
Porquê, mamã?
Porque já é tarde e tu estás com fome.
Porquê?
Já passou muito tempo desde o lanche. Anda, hoje é massa com peixe. Massa com letras.
E tem a minha letra?
Claro.
Porquê?
Tem todas as letras.
E a do avô também?
Todas.
Porquê?

E assim continuámos, num interminável e encadeado rol de porquês durante toda a refeição. Segundo os livros, a idade dos porquês é lá para os três, quatro anos, mas parece que cá em casa chegou mais cedo. É porquê por tudo e por nada e às vezes as perguntas nem sequer são assim tão fáceis como seria de prever vindas de uma menina com dois anos e meio.
Apetece-me guardar para sempre estas nossas conversas e tenho medo de as esquecer.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Gabriel

A Madalena e o Pedro têm um amigo novo cá no prédio. É o Gabriel e nasceu ontem à noite. Saiu da barriga da Joana, como diz a Mada, já a querer ir visitá-lo. Estamos muito contentes e até a Dona Helena do primeiro andar diz que há muito tempo não havia tantas crianças aqui no número quatro.

Bem vindo, Gabriel.
Parabéns Joana e Andrea

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Mamã

E aí está a primeira palavrinha do homem pequenino cá de casa: mamã. É certo que só lhe sai quando choraminga porque quer vir para o meu colo ou porque vou sair da sala onde ele está, ou porque não o tiro imediatamente da cama quando está de pé, de mãos estendidas para mim. É certo, também, que ainda tem de afinar a pronúncia, mas aquele ma-ma enche-me o coração de orgulho e deixa-me o estômago cheio de borboletas.

Princesa bom coração

Pequeno arrufo conjugal cá em casa, já nem me lembro porquê. Papá refila, mamã ensaia o inevitável amuo, que isto uma rapariga tem de marcar a sua posição com todos os meios ao seu alcance. Sento-me na cozinha, com o meu ar de sou a mais infeliz do mundo e de repente sinto umas mãozinhas a acariciar-me a cabeça e uma vozinha que pergunta: chateaste com o papá, mamã?

A resposta foram dois progenitores já completamente esquecidos do arrufo, a garantirem que não, que foi só uma pequena discussão sem importância, que o papá e a mamã gostam muito um do outro e, sobretudo, gostam muito dela, da nossa princesa com bom coração, como diz o pai.

E é que tem mesmo. Se o mano chora, é vê-la a perguntar logo Pedro magoou-se, mamã? e a ir a correr ter com ele. Se lhe cai a chucha lá vai ela apanhá-la e durante o jantar é capaz de se levantar várias vezes para apanhar os brinquedos que senhor Pedro vai mandando para o chão, só pelo prazer de os ver cair.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano novo, agenda nova

Vistas bem as coisas, é apenas mais uma página do calendário. É verdade. Não amanhecemos diferentes, não ficamos de repente mais felizes ou infelizes. Acordamos no dia 1 e somos exactamente as mesmas pessoas, com a diferença que temos uma agenda nova. E é aí que o ano novo é importante: na agenda nova. Escolho-a com muito cuidado, aliás, sou mesmo uma mãos largas quando se trata de comprar agendas. Tenho 365 folhas novinhas pela frente, para preencher e mais umas quantas para aquelas notas que não são de nenhum dia do ano e isso deixa-me com uma sensação boa, de tempo para gastar, coisas para fazer, planos para inventar e levar (ou não) para a frente. Quando começo uma nova agenda, penso sempre que estou a começar qualquer coisa e que há um sem número de oportunidades que se abre à minha frente. É uma sensação boa.

(Já tenho uma agenda nova, só ainda não arranjei tempo para a começar a preencher com nada que não tenha a ver com trabalho. Por esse lado, portanto, tudo continua como dantes.)

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011

Andei anos e anos a dizer que dessa é que era, que ficava em casa, que não estava para festas forçadas, que isto de ter obrigatoriamente de comemorar o ano novo não é para mim e este ano, pela primeira vez desde que deixei de passar a última noite do ano com os meus pais, fiquei mesmo em casa. E foi uma bela passagem de ano, com a minha família maravilha, o mais novo a dormir, amais velha a aguentar-se estoicamente e a bater panelas à janela com o pai e com a avó. Depois da meia-noite, uma pequena invasão de amigos, chá e sonhos e chocolates com licor de mel e conversa fiada e 2011 aí estava, quase sem darmos por ele. Só me faltou o fogo de artifício, mas não me importo nada de repetir.

Bom Ano Novo a todos os estimados leitores.