sábado, 27 de dezembro de 2008

e aí está ele...


o primeiro DENTINHO!
Descobrimos à hora do banho, depois de notarmos que ela passava o tempo a dar estalitos com a língua. E a seguir juntámos dois mais dois: anda mais rabujenta e choramingas, não quis comer a papa...
Estamos tão orgulhosos do nosso rebento!

almoço com rolha

As receitas inovadoras de sopa começam a dar resultados. Decididos a descobrir o que raio mete a Nestlé nos boiões de comida que a Madalena adora aquilo, hoje acrescentámos mais uma iguaria à sopa do almoço: uma pitada de leite em pó. E sua magestade parece ter achado bem, porque quase não houve refilanços nem foi preciso invocar os grandes métodos, como por exemplo, os Marretas no Youtube. Claro que, quando não lhe apetece mesmo, não há nada a fazer. Antes cerrava a boca e refilava pelo nariz, virando a cabeça para os lados, para fugir à colher. Hoje arranjou um novo método: foi buscar a chucha ao meio dos brinquedos todos que tem à disposição enquanto come, enfiou-a rapidamente na boca e ficou a olhar para mim muito séria. Agora tenta lá enfiar a colher, mamã, a ver se consegues...

Natal


Noite de Consoada no Alentejo, noite do dia de Natal em Lisboa. Sem missa do Galo, que o frio era muito, mas de olhinho aberto até bem depois da meia noite. Muitos presentes, muitos papéis maravilhosos, daqueles que fazem muito barulho e são óptimos para comer. A bébinha esteve à altura das circunstâncias, suportou estoicamente todos os ataques de beijinhos (sobretudo dos papás, que estavam uns chatos do pior), sentou-se à mesa com a família no Alentejo, assistiu ao teatro dos primos e da avó Graça em Lisboa, sempre bem disposta, sempre sorridente, sempre linda e maravilhosa. Arrisco-me a dizer que foi o melhor Natal de toda a minha vida...

p.s.1: avós, tias, tios, primos, por favor tenham tento nos presentes, não me estraguem a rapariga com mimos!!!

p.s.2: oferecemos-lhe uma piscina, daquelas para encher com ar e onde ela pode brincar à vontade com os brinquedos todos e gatinhar quando lhe apetece. Brincar sim senhor, gosta muito, mas lá gatinhar é que não. Até nisto sai ao pai: fazer exercício físico não é com ela...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Madalena foi à bola


A primeira vez que a princesa foi à Luz foi em Fevereiro de 2008 e estava ainda na barriga da mamã. Nesse dia o papá ganhou uma águia de prata pelos seus 25 anos de sócio do glorioso e a família foi toda assistir à entrega. Foi muito emocionante, porque o senhor Eusébio estava lá, mais o Presidente, e o pai estava de sorriso de orelha a orelha e esteve quase a deixar-se fotografar ao lado do Luis Filipe Vieira (o avô António bem insistiu, mas o bocadinho de bom senso que ainda restava prevaleceu). Foi um grande dia e a Madalena há muito que esperava pelo momento de voltar à grande Catedral. E no sábado lá fomos, vestidos de encarnado e de impresso já preenchido, prontos a inscrever sua magestade na grande família benfiquista. Fomos impedidos por um senhor que nos informou, irredutível, que tinhamos de fazer prova de que a rapariga era mesmo nossa e que não a tinhamos encontrado por exemplo ali à saída do Metro. Ou seja, sem assento de nascimento, nada feito. Lamentável, mas pelo menos ficámos a conhecer a piscina onde a Madalena vai ter as suas aulas de natação, lá para o início da Primavera. E ainda houve tempo para a foto da praxe, ao lado da estátua mais famosa lá do sítio, com o papá de novo com aquele sorriso de orelha a orelha e ar de cromo da bola. Foi muito emocionante e a família saiu de lá inebriada de verdadeiro espírito benfiquista. Tanto que o papá arranjou forças para conseguir entrar no Estado de Alvalade onde, nessa noite, a equipa da casa jogava com a Académica e a Maria Miguel promovia um jantar de Natal no camarote do Hay Group. A bébinha, devidamente vacinada contra todas e quaisquer más influências, esteve em grande e o jogo terminou com um belíssimo empate, mantendo o grande Benfica na liderança da tabela, já prestes a sagrar-se campeão de Inverno. Foi bonito.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Notícias da Elena

(No Subject)‏
From: elena tarabrina (elenatarabrina@hotmail.com)
Sent: Mon 12/15/08 8:31 PM
To: filomenal@hotmail.com

Filomena esta bem...Madalena comer sopa 30ml e fruta 40mlNao chora...em casa nao tem carrinho...nos passear na kintal...esta bem

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sábado, 13 de dezembro de 2008

Zorbas


Onde está o Zorbas Madalena? Zorbas, Zorbas..., dizemos nós e ela vira a cabecinha para todo o lado à procura do gatinho, já de mãos estendidas para lhe fazer festas. É a primeira palavra que ela associa a qualquer coisa, diz o papá. Eu por mim acho que ela também já sabe muito bem o que significa mamã, mas não digo nada...

efeméride

Há um ano soubémos que era uma menina. Ou, melhor, tivémos a confirmação, porque acho que sempre soube que era uma rapariga e que se ia chamar Madalena. Foi no dia da amniocintese, na MAC, com um médico que só dizia disparates e que insistia que o coraçãozinho da bebé, que nós viamos a bater no ecran, era a águia do Benfica. Recusei-me a olhar quando ele espetou a agulha gigante na minha barriga e concentrei-me para não respirar, para não tremer, para não me mexer, não fosse a agulha sair do sítio, e tive tanto medo que me doeu o coração. Há coisas que nos ficam na cabeça e este momento foi uma delas. O médico a falar na águia do Benfica, o Sérgio a agarrar-me na mão e eu imóvel, a gritar em silêncio que não podia tossir, apesar de andar com uma tosse desgraçada há mais de duas semanas. Depois viemos para casa, o Dum-dum a 20 à hora e a fugir dos buracos, e eu direitinha para a cama, a assistir na televisão à assinatura do Tratado de Lisboa, nos Jerónimos. O telefonema com o resultado do exame só chegou no início de Janeiro, num dia de manhã, estava eu no duche quando o Sérgio me foi dizer que estava tudo bem com a nossa pequena maravilha. Com a nossa Madalena.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

segundo dia

Do primeiro nem vou falar. Foram horas demais sem ver a minha princesa. E quando cheguei a casa nem se dignou a dirigir-me um sorriso, o que me mergulhou numa tonta crise de choro. Tonta, claro, porque a Madalena é muito pequena para estar zangada comigo e porque logo a seguir se fartou de me dar abracinhos, mas estas coisas são completamente irracionais. E depois de seis meses em que nunca nos separámos um único dia, ficar sem a ver durante quase nove horas foi mais do que qualquer mãe pode aguentar. Hoje vim a casa à hora do almoço e resolvi assim a questão. E quando cheguei, à noite, fui presenteada com um daqueles sorrisos que a princesa costuma reservar para o papá e que me aquecem a alma e me fazem inchar de orgulho maternal perante a tão grande beleza do rebento. No trabalho, espantosamente, ao fim do segundo dia já me parece que não estive nada fora de lá durante os últimos oito meses. São as mesmas caras, os mesmos assuntos, as mesmas birras, os mesmos problemas e custa-me a perceber por que raio é que estava já com algumas saudades daquilo...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

manual de instruções para papá em licença parental

8:00, mais coisa, menos coisa - leitinho da mamã.
11:00, almoço - sopinha e fruta (ver receita em baixo) e leite do biberão (humpf!), se a princesa pedir.
15:00, leitinho do biberão (humpf, humpf!)
18:00, papinha
21:00, novamente leitinho da mamã (iupi, iupi!!), logo a seguir ao banho.
00:00, ultimo leitinho do dia - também da mamã, claro!

notas: não stressar com os "brummmm" no meio da refeição; evitar o nariz quando se está a dar a papa; não stressar com as negas (que têm vindo a ser cada vez menos) e tentar de novo mais tarde. Em desespero de causa, tentar os marretas no youTube.

mais notas: entre as refeições há quase sempre umas horitas de sono. A sesta mais comprida é a seguir ao almoço e a princesa gosta de a fazer na cama dela. As restantes passagens pelas brazas são no tapete dela, ao lado do aquecedor e com os brinquedos todos à disposição (ultimamente o Calvin junta-se a ela, sempre actualizado sobre os locais mais quentinhos da casa).

em negação

Amanhã NÃO vou voltar ao trabalho. Não vou!

domingo, 30 de novembro de 2008

receita 2

Quando os Marretas falham, a mamã apela aos dotes culinários. Aqui fica a receita do último pitéu: duas colheres de sopa de puré de borrego com alface; duas colheres de sopa de pêra cozida também em puré; uma bolacha milupa devidamente dissolvida na água de cozer a pêra e também transformada em puré. Juntam-se todos os ingredientes e oferece-se a mixórdia a sua alteza. Começa por franzir o sobrolho, porque uma princesa que se preze não aceita nada à primeira, e depois até abre a boca na direcção do prato, não vão os papás demorar muito tempo a fazer o percurso para reabastecer a colher.

receita 1

distracção preferida na hora da papa:
Muppets - Mahna Mahna

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

meio ano

Os "bruuuuu" estão cada vez mais sofisticados, normalmente acompanhados de fruta, sopa, papa, o que estiver à mão - ou, mais exactamente, à boca. É que ela controla cada vez mais as gracinhas. Sabe o que quer fazer e fica à espera de provocar uma reacção. Grita para pedir o biberão da água, para brincarmos com ela, para lhe darmos a chucha. E agarra tudo o que tem ao alcance. Passa os briquedos de uma mão para a outra, segura sózinha no biberão e volta-se para ir atrás dos briquedos.

Tem seis meses, a nossa pequenina. Meio ano. E já tenho de me esforçar para me lembrar como era ela aos dois, aos três ou aos quatro. Todos os dias há novidades e foram seis meses tão absorventes e tão cheios que acho que nunca mais vou ter um tempo assim tão bom, a viver só para ela e ela para mim.

Não há hipótese: hoje é dia de lamechisses, de muito orgulho, muita baba, muitos olhares de adoração à princesa. E, para que fique registado, sua magestade pesa 6,400 kg (percentil 25) e mede 68,5 cm (percentil 95). Berrou tanto na consulta dos seis meses, que não sei como é que a médica a conseguiu observar, mas saimos de lá com o habitual veredicto: está optima. Desta vez com uma bequena adenda: o peso está a evoluir a um ritmo mais lento que o habitual. Ou seja, toca a comer, dona princesa!!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ai a inveja que me dá...

... quando vejo a Madalena sentada no jardim ao sol e a Elena ao lado, a ler o seu livrinho e a brincar com os gatos...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"bruummmm"

E continuam os banhos de sopa. A rapariga agora aprendeu a fazer "bruummmm" de boca cheia e em vez das habituais bolinhas de cuspo, está-se mesmo a ver o que é que sai... Tudo tem mais piada do que comer a sopa. A fruta ainda vá, mas o prato principal é que nem por isso. Amanhã voltamos aos espinafres, a ver se lhe volta o apetite.

Já em pânico, a pensar que nunca mais ia pôr a rapariga a comer à séria, lá fui consultar o guru Brazelton. E é mesmo assim. Tudo normal. A dificuldade em aprender a engolir, em apreciar os novos paladares e, sobretudo, a dificuldade de concentração. Afinal, com tanta coisa nova para ver e aprender, para que é que serve estar sentada calmamente a comer? Já nem a mamar se aguenta muito tempo quietinha, como antes fazia. Tudo lhe interessa e quando não lhe fazemos imediatamente a vontade informa-nos com um belo e sonoro choro sem uma única lágrima.

Lembram-se daquela história do bom feitio? Está-me cá a parecer que afinal nisso não sai ao pai...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Madalena Popeye


Pouco a pouco, a rapariga começa a perceber as delícias de um bom prato. Hoje comeu para cima de dez colheres de sopa de espinafres e, espante-se, uma pêra cozida inteirinha. Até refilava quando eu demorava um bocadinho mais o percurso da colher entre o prato e a boca. Foi lindo. No fim havia fruta no nariz, na orelha e no cabelo (no dela e no meu), mas foi uma sessão digna de ficar para a história, que terminou com muita baba (dela e da orgulhosa mamã).

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

história


Com o nascimento da Madalena, já se sabia que 2008 seria um ano que ficaria para a história. Hoje comprovou-se. Por um dia, todos fomos americanos...

domingo, 2 de novembro de 2008

de faca e garfo



Uma batata, uma cenoura, um quarto de cebola, uma colher de arroz e um fiozinho de azeite. Colocam-se os ingredientes numa panela com água, vão ao lume a cozer em lume brando e depois passam-se muito bem passados com a varinha mágica, até se obter um creme aveludado, um bocadito sem sal, é um facto, mas com excelente aspecto e textura. Dona princesa, vá-se lá saber porquê, detestou. Franziu-se toda, fez várias caretas de protesto e tratou de cuspir tudinho para fora. Tambem não achou grande graça à pera cozida, igualmente aveludada, que lhe démos de sobremesa e acho que ficou ligeiramente ofendida com as nossas gargalhadas, mas a verdade é que estava deliciosa e irresistível. No fim de tão grande provação, depois de vários gritos de aborrecimento, foi premiada com uma maminha e lá acalmou os meus ciumes, eu que me sentia tão feliz e a mesmo tempo tão apreensiva com este passo da minha filha em direcção à independência. E no entanto, sei bem que é um caminho que não tem volta, que quero muito que aconteça e que, ao mesmo tempo, quero retardar o mais possível, tão bom que é te-la assim, coladinha a mim, a tomar as suas refeições de leitinho da mamã.

comemoração


Este ano foi no Crato, pela primeira vez com a pequena princesa. No ano passado, já com ela na barriga, foi em Borba e no ano anterior tinha sido em Madrid. Há três anos, a 30 de Outubro de 2005, estávamos no Vietname, em Hoi-Han, na véspera da chegada do furacão Kai-Tak. Uma história para te contarmos daqui a uns anos, querida Madalena.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Madalena Lucky Luke

Três minutos, mais coisa menos coisa, é quanto a dona princesa leva a devorar o conteúdo de cada uma das duas maminhas que tem à disposição. No fim presenteia a audiência com um belo e eficiente arroto (desculpem lá os pormenores escatológicos, mas tem de ser...), coloca um ar satisfeito e prepara-se para uns minutos de brincadeira com o que tiver à mão.

Tem vindo a melhorar os tempos da maminha, claro. Ao princípio a coisa era mais lenta, mais demorada, como um especialista do Guia Michelin de visita a um restaurante gourmet.

A primeira vez deve ter demorado para cima de meia hora. Eram seis da manhã do dia 26 de Maio quando a enfermeira a trouxe para a minha cama, avisando que tinha ali uma bebé cheia de fome. Deitou-a ao meu lado e a rapariga, que obviamente vinha com livro de instruções, agarrou-se à maminha e fez o que tinha a fazer sem precisar de nenhuma indicação. Não há palavras para descrever a baba e o orgulho maternal que o momento provocou.

E ainda hoje, cada vez que a Madalena toma uma das suas refeições, eu fecho os olhos e sinto-me tão feliz, tão feliz, que me apetece ficar assim para sempre. Ela, claro, não está pelos ajustes. Agora já são só três minutos e desconfio que ainda há-de conseguir bater o seu próprio recorde. Mais rápida do que a própria sombra.

P.S. A Madalena faz amanhã cinco meses e ainda não comeu mais nada que não fosse o leitinho da mamã. A vaquinha mimosa rejubila de alegria.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

amiga

Quando a Luisa a trouxe era apenas uma bolinha de pelo branco, encolhida no fundo de uma cesta. Estávamos em Agosto de 1995 e eu tinha acabado de me mudar para a Rua dos Açores, para a primeira casa só minha, onde podia finalmente ter um gato. Foi uma gatinha, arraçada de siamês e com o mau feitio dos seus antepassados, que logo no primeiro dia mostrou que tencionava ser muito independente e fazer só o que lhe desse na real gana. A casa era um rés-do-chão, com uma pequena varanda que dava para uns telhados e eu, acabada de me mudar para lá, tinha ainda caixotes espalhados por todos os lados. A gatinha fez a sua exploração, foi espreitar a caixa da areia e o prato da comida e depois desapareceu. Procurei nos caixotes todos, na varanda, na rua, e no fim do dia já chorava de infelicidade e frustração quando de repente a vi a sair calmamente de trás do frigorifico, onde passara a tarde a dormir.
Foi a primeira aventura da Mafalda que logo nessa primeira noite saltou para a minha cama e dormiu na almofada, colada ao meu pescoço. Passou a faze-lo todas as noites e no inverno, quando me apanhava a dormir esgueirava-se para dentro dos lençois e lá ficava, a aquecer e a aquecer-me.
A outra grande aventura veio com o primeiro cio. Bastou uma janela aberta, um passeio pelos telhados e um encontro com o vistoso rapaz da vizinhança, que havia vários dias a andava a espreitar. Só se separaram à força de mangueiradas, mas o servicinho já estava feito e dois meses depois nasceram os cinco meninos da minha menina, três gatos e duas gatas.
Um ou dois dias antes ela começou à procura do sítio onde queria parir. Recusou educadamente o ninho que eu lhe fiz e escolheu a prateleira das toalhas, na casa de banho. Não a consegui convencer a mudar de ideias, por isso mudei eu de lá as toalhas e fiquei à espera. Quando chegou o momento, ficámos as duas histéricas. Ela com miados lacinantes, eu que nem uma louca a ligar para os veterinários que tinham o telemóvel nas páginas amarelas e a perguntar se aquilo era normal e o que raio havia eu de fazer àquelas bolinhas ensanguentadas. Que sim, que era normal e que não fizesse nada que ela trataria de tudo. E tratou. Foi quase a noite inteira em trabalho de parto e no dia seguinte lá esta a orgulhosa mamã, já com os seus filhotes muito limpinhos, a amamentá-los com aquele ar muito entendido de quem sabe tudo o que tem a fazer.
Durante dois meses tive seis gatos num T0 e não me atrvia a abrir a porta da varanda não fosse algum deles escapar-se para o telhado. No final ficou só um, o Zorbas, que era igualzinho ao pai e que ficou a fazer companhia à mãe, para que não se lhe voltasse a meter na cabeça fazer mais uma visita ao gatarrão tigrado. E ela, liberta do fardo da maternidade, voltou a dormir na minha cama e a seguir-me para todo o lado. Quando eu chegava a casa lá estava, a esperar-me à porta, e quando eu saía ficava muitas vezes na janela, a miar para a rua que não me demorasse. Às vezes tinha a certeza que me falava com os olhos e não o fazia só para pedir comida. Se eu chorava deitava-se ao meu lado e batia-me com a patinha, se eu me zangava com alguém zangava-se ela ainda mais e mordia-me nas pernas a mandar-me parar. Quando o Rui ficou doente trocou a minha cama pela dele e quando ela própria ficou doente e teve de ser operada, foi ele que ajudou a cuidar dela.
Às vezes dou por mim a olhar para a porta da sala à espera de a ver entrar. Imagino-a ainda a andar pela casa, a sentar-se no tapete enquanto eu tomo duche, a saltar para a bancada enquanto eu faço o jantar ou a pedir que lhe abra a torneira da casa de banho. Tenho saudades da minha gatinha.


Mena, Madalena na barriga e Mafalda

terça-feira, 7 de outubro de 2008

parem as rotativas!!

Notícia de última hora:

A Madalena deu a sua primeira gargalhada. Foram várias, aliás, até se fartar da brincadeira do tapa-destapa-a-cara-da-mamã. Há que tempos que estávamos à espera, mas a rapariga só nos brindava com os seus luminosos sorrisos. Li já não sei onde, que para as mães o sorriso dos bebés tem um efeito semelhante ao de um estimulante químico, com doses extra de felicidade, e palpita-me que é mesmo verdade. Agora imaginem lá, os estimados leitores, o que provocaram estas magníficas gargalhadas...

domingo, 5 de outubro de 2008

afinal o pé também é meu

Agora temos uma gracinha nova por dia. Hoje foi a descoberta do pézinho: agarra-o com a mão, deliciada com a nova brincadeira e acha o máximo meter o dedo grande na boca, em substituição da chucha. E ri-se. Ri-se imenso a olhar para nós, com aqueles olhos escuros dela, que parece que falam connosco.

sábado, 4 de outubro de 2008

bebé adormece papá

Agora anda nisto: toma o último leitinho da noite e depois, em vez de lhe dar para dormir, fica muito mais desperta. Farta-se de tagarelar, faz bicicleta, ocasionalmente chora um bocadito porque acha que não lhe ligamos o suficiente, e recusa-se a adormecer. Não pode ser, pois claro. Os bebés têm de ter rotinas e habituar-se a elas, dizem os manuais. Por isso lá vai a Madalena para a sua cama, que são horas de dormir. Quase uma hora depois continua acordadíssima, indiferente ao ressonar do papá, que ficou a fazer-lhe companhia e que, vencido pelo cansaço, acabou na cama às dez da noite. A bebé, essa continua em grandes diálogos com a chucha.

jardim botânico

Lá fomos os três ao jardim botânico, onde o pai, alfacinha, nunca tinha ido, e a mãe também não. Equipados com manta de retalhos e lanchinho para piquenique - com algumas dúvidas por parte do hamem da casa, que não parava de dizer que era proibido - lá encontrámos um confortável lugar na relva e assentámos arraiais.
O jardim é um pequeno oásis no centro da cidade, mas desconfio que pouca gente se lembra que ele existe e que é um sitio óptimo para se ir passear.Está um bocado abandonado, mas vale a pena a visita. Infelizmente um inesperado ataque de mosquitos interrompeu a sesta e fez-nos sair mais cedo, mas o saldo continua positivo, já que a única vítima das feras fui eu. A Madalena gostou e até fez a gracinha de segurar sozinha no biberão da água. Foi por acaso, dizemos nós, com grandes sorrisos de orgulho.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

felicidade

As bolsas estão em colapso, a economia mundial vai por aí abaixo e eu estou em casa, de licença de maternidade, com tempo para brincar com a minha filha linda e maravilhosa... Que mais pode uma mãe querer?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

leitinho da mãe é bom e recomenda-se

Quatro meses, 65 centímetros e a caminho dos 6 quilos. A Madalena vai muito bem e não precisa de começar já com as sopas e papinhas, porque o leitinho da mamã ainda lhe chega muito bem. Saí da consulta na pediatra com um sorrisinho de orelha a orelha, inchada de orgulho da nossa performance. Somos as maiores!

Virou-se!

Pois foi. Sem ajuda de ninguém. De repente olhámos para ela e estava a dar uma voltinha para o lado direito, mãozinha estendida, decidida a apanhar o boneco que tinha ficado um bocadito longe. Hoje à tarde, no tapete, não saiu do lugar uma única vez e agora à noite já se voltava sozinha. Eu e o pai, de mãos estendidas não fosse ela entusiasmar-se e saltar do sofá abaixo, assistimos de sorriso parvo na cara e baba a escorrer em abundância. O nosso tesourinho está a crescer.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Espanha não, obrigada

A rapariga detestou. E não se ensaiou muito a demonstrar o seu desagrado: abriu o pulmão e pronto, o passeio por terras de Espanha lá ganhou uma banda sonora de tal forma insuportável que não nos restou outro remédio senão apanhar rapidamente o barco para Vila Real de Santo António. Não houve caramelos para ninguém, não houve visita à loja dos candeeiros (o pai adorou esta parte, apesar de pôr aquele ar de "ai-que-pena,-que-agora-é-que-iamos-finalmente-comprar-o-candeeiro-para-a-sala") e a travessia foi dentro do carro, porque sua excelência decidiu que era mesmo naqueles dez minutinhos que tinha de fazer um lanchinho. Mal pusémos um pé em terras lusas, calou-se e foi só sorrisos o resto do dia.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Praia do Cabeço

Chegámos à praia já atrasados, carregadissimos com saco das toalhas, saco da criança, cadeira da criança, cadeira da mãe para o caso de a criança ter fome, chapéu de sol, tenda para a criança e, claro, criança. Parece muito, mas até não é. Custa é não esquecer de nada e aquela ideia peregrina de às oito da manhã estarmos com os pézinhos na areia é impossível. Enfim, chegámos atrasados, mas muito animados, prontos para uma belissima manhã de praia, sem sequer nos passar pela cabeça que com o vento que estava não havia de ser lá muito fácil. Poupo aos leitores a descrição das nossas tentativas de montar a tenda, que hão-de ter animado o dia dos banhistas já instalados ali à volta, mas a coisa foi de tal grau que nos pirámos de volta para o carro antes que a pobre da Madalena apanhasse com um verdadeiro banho de areia.
Não houve praia, portanto, mas o saldo acabou por ser positivo, porque andámos a passear de carro e descobrimos uma praia que é um pequeno paraiso, a Praia do Cabeço. A Mada foi devidamente instalada no bar que lá há e que agora não tem ninguem porque vai ser reconstruido e acabámos por conseguir dar uns belos mergulhos sem areia a fustigar-nos. Vale-nos o bom feitio da princesa, que anda de um lado para o outro (quase) sempre bem disposta.

sai à madrinha...

Desconfio que a Madalena gosta mais de usar a mão esquerda...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

mãos para que vos quero

A Madalena descobriu as mãos. Enfia o polegar na argola da chucha, agarra com o indicador e lá vai ela, direitinha à boca. Fica por ali um bocado, atinadissima e muito determinada, acerta à esquerda, depois à direita, sobe um bocadinho até ao nariz, mais umas tentativas inglórias e... já está! a chucha entra na boca, direitinha como se tivesse sido a mamã a pô-la lá. São grandes vitórias, ainda que ela de vez em quando desista e resolva pura e simplesmente usar o polegar, que é muito mais fácil. Claro que só é determinada quando quer, porque muitas vezes recusa-se sequer a agarrar seja o que for que lhe tentemos oferecer. Curiosamente, ontem estendeu imediatamente a mãozinha para aceitar os 25 euros que lhe deu a Tia Teresinha, sem sequer me dar tempo para interceptar as notas e obrigando-me a sacar imediatamente dos belos dos toalhetes. Esta rapariga sabe o que quer...

domingo, 7 de setembro de 2008

no cinema


Aquele Querido Mês de Agosto
De: Miguel Gomes
Com: Sónia Bandeira, Fábio Oliveira, Joaquim Carvalho
Género: Documentário, Ficção


Ontem fui ao cinema pela primeira vez desde o nascimento da Madalena. Ela ficou em casa com o papá, já de banho tomado e com o biberão de leitinho à mão, para o caso de lhe dar fome. E deu, claro, que o reloginho suiço nunca falha. Deu-lhe fome, mas deu-lhe também um mau feitio inesperado, com uma choradeira interminável. O papá aguentou estoicamente e quando cheguei a casa o monstrinho da tasmânia tinha desaparecido e lá estava o nosso anjinho, a dormir muito calminha. Eu também aguentei até ao fim do filme sem ligar a perguntar como é que ela estava, mas vontade não me faltou. Fez-me bem ter saído, mas também me fez ficar a pensar em como será quando voltar ao trabalho e tiver de ficar longe dela um dia inteiro... Não, não quero sequer pensar nisso, muito embora os seis meses se aproximem tão velozmente do fim...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

mãe em depressão

"Obrigada!", digo eu ao rapaz que acabou de me ajudar a subir dois lances de escadas para conseguir ir à Comissão da Carteira Profissional (se fosse um jornalista em cadeira de rodas estava bem tramado, mas isso é tema para outro post). Acontece que o prestável rapazito, não era só prestável (Sérgio, salta esta parte, por favor), era também moreno e de olhos verdes, giro que se fartava, a destilar charme por todos os poros. E eu, cansadissima de vir há mais de uma hora a empurrar o carrinho da Madalena, presenteei-o com o meu melhor sorriso, depois de tirar os óculos escuros e compor disfarçadamente o cabelo. Mal sabia que o meu ego estava prestes a sofrer um abalho do tipo terramoto de 1755. Ao meu simpático "obrigada", ele respondeu com um igualmente simpático "de nada, minha senhora". Minha Senhora? MINHA SENHORA? Quase morri do coração e ainda estou para saber como é que aguentei o sorriso e não empurrei o moço pelas escada abaixo. Entretanto, e enquanto subia a Avenida da Liberdade furiosa, de regresso a casa a 200 à hora, jurei que vou acabar com os cinco quilos a mais que me ficaram depois do parto. Só não sei é quando, que isto de amamentar dá uma fome terrivel...

conversas

A rapariga descobriu que pode falar. Até agora só a ouviamos quando chorava, o que nela é raro e significa quase sempre que está com fome ou então entediada com um qualquer evento social em que não a deixam dormir. Por isso ficámos a olhar um para o outro, eu e o papá, quando de repente a ouvimos, lançada num grande discurso, em frente à televisão. Desde aí, quando está de maré, já nos responde quando falamos com ela e a tentamos imitar. Sim, porque estamos tão orgulhosos da verborreia da princesa, que agora já somos nós que a imitamos, naquelas figurinhas que antes viamos os nossos amigos a fazer e com as quais nos fartávamos de gozar.
Os livros sobre bebés avisam que os pais reconhecem o choro dos filhos entre todos os outros, algo que me fazia um bocado de confusão, mas que comprovei logo na maternidade. O choro da Madalena é muito dela e consigo perceber quando está com fome ou com sono, quando lhe doi a barriga ou quando, simplesmente, está farta de nos aturar. Agora fico desejosa de saber qual será o som da voz dela e como será ouvir as suas primeiras palavras. Qual será a primeira que lhe sai? E quando será? Para já é certo que é uma tagarela, mas só quando está para aí virada. Quando não está, bem podemos fazer figuras de parvos à frente dela, eu e o pai, com todos os gugu dádá que nos lembramos, que a ela não se lhe arranca uma sílaba.

Mafalda


A Mada perdeu o titulo de membro mais novo da família: agora temos a Mafalda, que nasdeu a 20 de Agosto em Beja. Ao pé dela, a Madalena já parece que está a caminho da universidade...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

em estágio para as férias


Uma semana em Sintra, em estágio para as férias no Algarve, marcadas para Setembro. A Madalena esteve à altura dos acontecimentos e portou-se muito bem, se não contarmos com o dia em que um vómito gigantesco quase acabou com o nosso almoço (antes tivéssemos mesmo desistido de almoçar, que o novo restaurante que abriu na Várzea é uma desgraça e o bacalhau à braz não se recomenda nem ao pior inimigo).
Foram dias de sopas e descanso e piscina, em que até houve actividades culturais, com uma visita a Monserrate que a Madalena adorou - pelo menos dormiu regaladamente no marsupio, ao colo do papá, o que nela significa que adorou mesmo.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

três meses

Está linda. Não, não é só porque eu sou uma mãe babada. Juro. Está gira que se farta, a nossa menina. E enorme, também. Medimo-la, eu e a avó Fátima, e constatámos uns imensos 66 cm, mais 15,5 do que tinha quando nasceu (nisto sai à mãe, claro, já que no resto continua a cara do pai...). Não sei como, mas já passaram três meses desde aquele 25 de Maio na MAC e de repente tudo me parece já tão longe. Já me esquci dos stresses das primeiras semanas, do medo imenso de lhe dar banho, não fosse magoá-la, das noites em que acordava quase de duas em duas horas e dos dias em que andava tipo zombie, com olheiras e zumbidos nos ouvidos e cheia de dores nas mamas. Já me esqueci disto tudo e quase que estava já pronta para outra. Quase, porque a Madalena continua a absorver cada minutinho dos meus dias. Mesmo aqueles em que está a dormir, porque eu aproveito para ficar a olhar para ela, numa adoração permanente. Está linda, linda, a minha menina!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

beijing 2008



Eu e a Madalena vimos. No dia 8 do mês 8 de 2008, às 08:08 (hora local, que em Lisboa eram 13:08), com a participação de 2008 figurantes. O oito é um número mágico para os chineses e acreditam que traz felicidade. São os primeiros jogos olímpicos da princesa Mimi e a cerimónia de abertura foi espectacular. Em grande, ou não tivesse sido preparada pelos chineses que, já se sabe, não brincam em serviço. Lindo, mesmo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

brincadeiras


O pai também era assim. Fazia dos dedos jogadores de futebol e passava horas a inventar passes fantásticos, atrás de uma bola imaginária, ganhando campeonatos atrás de campeonatos. Consigo imaginá-lo, ao meu treinador de bancada preferido, com o seu ar sério, a ignorar tudo à sua volta, como hoje faz quando se cola à televisão a ver um qualquer jogo do Benfica. A bebé ainda não quer saber do futebol, mas já se diverte sózinha e é capaz de acordar de manhã e de ficar a rir, a rir, olhos bem abertos colados ao candeeiro do tecto, sabe-se lá com que pensamentos maravilha a passar por aqueles neurónios em ebulição. E são sorrisos tão lindos que não há melhor maneiro de começar o dia para os cromíssimos papás babados.

sábado, 2 de agosto de 2008

ao sol da Caparica

À segunda foi de vez: a Madalena foi à Caparica e gostou. Chegámos quase às oito da noite e já não conseguimos entrar na água, mas valeu a viagem só para a vermos de olho aberto, deliciada a olhar para o mar que, finalmente, o pai lhe conseguiu apresentar. Desta vez houve pézinhos na areia e até rabinho ao léu, mais uma data de fotografias a assinalar o grande momento. A praia foi a da Princesa, famosa pelos maravilhosos "últimos dias de praia do ano"...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

vacinas

Vá lá que, como diz o pai, nos calhou a melhor enfermeira de que há notícias. A enfermeira Cristina, pois claro, que nos trata nas palminhas e ajuda a relaxar uma mãe à beira de um chilique só de ouvir a berraria do rebento. A Madalena até começou por aceitar bem a coisa: franziu um bocado o nariz, mas lá engoliu obedientemente a primeira mistela que lhe deram, uma vacina em gotinhas. O pior foi depois, quando lhe picaram as pernocas - e logo as duas! -, com o volume do choro a subir progressivamente, até atingir decibéis tais que até me doía o coração (ainda doi, só de me lembrar).

A enfermeira Cristina avisou que as vacinas podiam ter um de dois efeitos: ou a deixavam rabugenta, ou ficava muito sonolenta. A Madalena, claro, escolheu a segunda hipótese. E ainda há por aí quem diga que ela não sai ao pai...

chegou o carteiro



A Madalena recebeu a sua primeira carta, enviada pelo avô António. A correspondência, como toda a gente sabe, é uma coisa muito privada, por isso não vamos aqui revelar o conteúdo. No entanto, sempre adiantamos que a missiva tinha a ver com o Benfica e que vinha acompanhada de uma folha de inscrição, para os pais preencherem e assinarem.

A carta foi direitinha para o baú de recordações da princesa.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

E se...

... se eu te apertar muito, muito, num abraço grande e comprido, conseguirei pôr-te a salvo de todos os males do mundo?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

a princesa Mimi foi à praia...

... e não gostou nada. Onde já se viu uma tal quantidade de luz a entrar pelos olhos e a incomodar assim sua magestade? A coisa foi de tal ordem que a princesa se recusou sequer a olhar para o mar, para desgosto do desvelado pai, que tinha já pronta uma dissertação sobre as belezas e maravilhas do oceano. E se a Praia das Maçãs não provocou mais do que uma magestática indiferença, já a água da piscina da Várzea suscitou um valente berreiro de protesto: aparentemente, estava muito fria.

Foi um fim de semana de emoções e de "primeiras vezes" para a pequenina, cheio de sorrisos para as primas e uma delícia para a mãe, que está farta de passar os dias enfiada em casa, à espera que passem as horas de maior calor para poder finalmente ir dar um passeio até ao jardim.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

plano B

Mais de uma dezena de miudos aos berros. Chorava um, choravam todos, calava-se um e os outros pareciam acalmar imediatamente. Chegámos em plena hora de almoço e o caos, aparentemente organizado e controlado pelas educadoras, estava instalado. Foi a nossa primeira visita a uma creche e saímos de lá a olhar um para o outro, indecisos e sem saber muito bem o que pensar. Aquela fica perto de casa, tem bom aspecto, cheira bem, tem um pátio para os pequeninos e a directora é simpática, apesar de falar pelos cotovelos. No entanto, ainda queremos ver mais algumas. Está lançado o plano B, para o caso - mais do que provável - de a Helena não melhorar o português. A mim dá-me um aperto no coração só de pensar em deixar a princesa na escola. A ela, pois claro, passa-lhe ao lado...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

que caloraça...

Só há uma coisa capaz de irritar tanto a Madalena como uma barriguinha vazia: o calor! Fica impossível de aturar. Dorme por alguns minutos, mas acorda quase de seguida, prontinha a abrir a goela e a chamar pela mãe, como se no colinho a temperatura baixasse. Como isso não acontece, fica ainda mais irritada e hoje lá lhe dei água, pela primeira vez. A ver se a calava, porque já me faltavam os truques. Resultou, mas por pouco tempo, que esta rapariga sabe bem o que quer e, neste caso aquilo que não quer mesmo... Já em desespero de causa, lá rumámos novamente ao jardim do Campo de Santana, que não há como a calçada portuguesa para adormecer a princesa.

Princesa Mimi no Jardim do Torel


Eu e a Madalena vamos aproveitar a licença de parto para realizar um périplo pelos jardins da cidade. Além do Campo de Santana, que ela já conhece, hoje fomos até ao do Torel, que tem uma das mais bonitas vistas sobre Lisboa: de um lado o casario, à frente São Pedro de Alcântara, e do outro o Tejo. Sentámo-nos por lá, a ver os turistas, os pares de namorados e um ou outro solitário a passear o cãozinho e assistimos a um belo pôr do sol. Levei um livro para ler, mas passei o tempo em adoração à princesa, que olhava para todos os lados com os olhos muito abertos, surpreendida com o tamanho do mundo.

sábado, 12 de julho de 2008

agenda social

A princesa já tem agenda social: hoje tivémos a primeira festa de anos, da Beatriz, filha do Pedro e da Paula, que fez três anos. Chegou, deu uma olhadela e ferrou a dormir regaladamente. Os eventos sociais dão-lhe sono, diz o pai, todo orgulhoso. Pois a mim dão-me dores de cabeça. Sobretudo depois de ter assistido a um ataque ao meu rebento, perpretado por um candidato a jogador de basebol aí com um ano e meio mas já decidido a ser a estrela da estação. Felizmente que ainda tem de apurar a pontaria, mas quando dei por ela estava um cubo de plástico a fazer uma tangente à cabeça da bebé. Portei-me bem e consegui não mandar um berro à criança, mas cheguei à conclusão que estas festas de anos são um perigo. Já ela, continuou a dormir, que nada a acorda...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

sono

Descansa! Descansa muito que depois bem vais precisar. Enquanto estive grávida, perdi a conta às vezes que ouvi este precioso conselho. Até no supermercado ou na farmácia, havia sempre uma solidária senhora que puxava do seu rol de lembranças, suspirava e dizia "este é o melhor tempo, depois já não consegue dormir e começam as preocupações". Eu dormia, claro. Uma bela sesta todos os dias e pelo menos oito horinhas seguidas (enquanto a barriga deixou, porque nos últimos tempos já não sabia como me estender na cama). O sono ou, mais exactamente, a falta dele, nunca me deu problemas, provavelmente graças às minhas ricas costelas alentejanas, que tive a inteligência (embora não saiba como) de passar à princesa. E como o papá também é um dorminhoco, temos uma menina que dorme regaladamente. As agruras do primeiro mês, em que acordava de três em três horas, já passaram e com sorte já dorme umas seis horas seguidas durante a noite. Eu agradeço, a ver se me passam os zumbidos nos ouvidos e as estúpidas das enxaquecas, que andam a dar comigo em doida...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Alentejo e o primeiro sorriso

Um mês e uma semana comemorados no Alentejo. A primeira viagem grande, a primeira visita a Castro Verde e, sobretudo, o primeiro sorriso. Deve ter sido porque estava feliz, porque passou um rio de miminhos pela casa dos avós, porque todos quiseram ir ver a princesa, conhece-la e levar-lhe presentes, ou se calhar foi mesmo só porque lhe apeteceu, mas o certo é que de repente, no meio de uma muda de fraldas, a Madalena abriu um sorriso lindo, lindo para uma mamã privilegiada e derretida. Mais tade o pai também ganhou e agora a princesa já democratizou os sorrisos para quem estiver por perto e os quiser apanhar.

Da viagem ao Alentejo ficaram também as emoções dos avós. Da avó que já garantiu que pretende estragá-la com mimo e do avô, que está completamente apaixonado, lhe chama "meu amor", fica ao lado da caminha dela até que adormeça e lhe promete os contos com que também me adormeceu a mim há tantos anos.

Estão tão bonitos, os meus pais... A Madalena trouxe-lhes um fiozinho de luz e uma alegria enorme. A minha mãe está mais jovem e o meu pai, sempre tão introvertido, é com a neta o pai que eu já suspeitava que existia, mas que não me lembro de alguma vez ter visto. A nossa bebé mudou-nos a todos.

domingo, 29 de junho de 2008

Laurinha


A mamã e o papá andavam às compras, no Continente de Telheiras, quando ela achou que estava na altura de vir ver o mundo com os seus próprios olhos. Correria para a maternidade - com passagem por casa para levar o kit para o cordão umbilical, que a mala ainda nem estava feita - e a Laurinha nasceu pouco antes das nove da manhã do dia seguinte, 29 de Junho, quase um mês antes da data prevista, com 2.685 kg e 46 centímetros. É a nova amiguinha da Madalena e é linda que se farta!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

25 de Maio

Foi há um mês e foi o primeiro dia do resto da minha vida. A Alice tinha dito que passasse pela MAC, que ela estava de banco e faziamos o ponto da situação. Com 39 semanas e 5 dias, deixou no ar a hipótese de induzir o parto, mas eu recusei-me a pensar muito nisso. Mesmo assim, levámos armas e bagagens e às nove e meia em ponto lá estávamos. A rapariga nasceu às 11 e meia da noite, depois de um trabalho de parto que foi crescendo lentamente em intensidade e que nas últimas três ou quatro horas atingiu o auge no número de contracções, cada vez mais dolorosas e que culminaram numa cesariana. Porque a Alice achou melhor e eu queria era fugir dali para fora, mas como não era possível dizia-lhe que sim a tudo. E com o meu sim veio a anestesia, a melhor invenção alguma vez patenteada na história da medicina, e minutos depois lá estava a Madalena, linda e maravilhosa, olhos tão abertos para o mundo que eu só queria chorar e rir e apertá-la muito, muito, não fosse de repente acordar e descobrir que tinha estado a sonhar o tempo todo.
Acho que chorei, mas já não me lembro bem, porque também me deu para rir que nem uma perdida e desatei a perguntar pelo Sérgio, que tinha sido corrido quando me levaram para o bloco operatório. E à saída lá estava ele, pela primeira vez junta a nossa pequena família, nós os três. E os olhos da Madalena, tão abertos que parecia que se riam para nós, tão lindos, tão lindos.
Tenho a certeza que foi o primeiro dia do resto da minha vida, o dia em que eu deixei de ser quem era, em que cresci mais do que em todos os anos que já vivi, só de olhar para os olhos da minha filha.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

visita guiada


A ida à MAC desta vez teve direito a brinde: uma visita guiada às instalações, leia-se, ao sítio onde hei-de ir parir. Tudo muito clean, muito moderno, a acabar com as habituais imagens do papão, sempre associadas à maternidade alfacinha: há uma pequena "box" para cada grávida, com uma data de aparelhómetros, onde se fica desde que se dá por inaugurado o trabalho de parto e de onde só se sai se a coisa evoluir para cesariana, caso em que será preciso subir para o bloco operatório. O pai pode permanecer por lá durante todo o tempo e, claro, assistir ao evento do princípio ao fim. Isto se entretanto não lhe der para ter um peripapo qualquer, coisa que o Sérgio jura a pés juntos que não lhe acontecerá.

O enfermeiro que acompanhou as futuras inquilinas levou-nos, cheio de orgulho, à "sala da roda". Basicamente é uma geringonça que parece um baloiço e que permite ter a criança de pé ou de cócoras, à boa moda antiga. É muito mais fácil suportar as contracções nessas posições, explicaram-nos. Só ficou por saber qual a probabilidade de conseguir uma vaga, já que há apenas um objecto daqueles em toda a maternidade.

A visita guiada teve banda sonora: uma infeliz que berrava furiosamente, de tal forma que suspeitei que lhe estavam a arrancar uma a uma as unhas dos pés. O resultado foi um rapazinho lindo, lindo, de olhos inchados, com uma bela cabeleira encaracolada e uns pulmões cheios de força, para o quel eu fiquei a olhar, embasbacada, através da janela de vidro da sala para onde são transportados os recém-nascidos.

A imagem do bebé acompanhou-me durante o resto do percurso, de tal forma que nem me impressionaram muito as enfermarias, para onde as mães e os bebés seguem a seguir ao parto e onde ainda não houve obras de modernização. Aí o ambiente já não é tão "Dr. House". Muito pelo contrário, aliás. Mas enfim, pormenores sem importância, que agora não interessam nada...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

gorda, eu?

Na Imaginarium. Uma miuda aí de uns quatro anos está siderada a olhar para a minha barriga. A mãe aproxima-se e pergunta:
- Sabes o que esta senhora tem na barriga?
- Sei. É um bebé. E é tão gordoooooo!!!!!!

(espero que a Madalena não tenha ouvido...)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

mais vale prevenir

Hoje deu-me para margulhar na blogosfera e palmilhar os baby-blogs. São muitos, muitos mesmo, mas eu sabia ao que ia: queria aqueles em que a criança já tinha nascido e havia relato completo do evento. Já não sei quantos partos me passaram pela frente, e continuo na minha - o que mais antecipo é o momento de olhar para a Madalena e garantir que tudo está bem com ela. Quanto ao resto, não há-de ser nada. Se as outras conseguem...

Entretanto, tomei uma decisão: nada de sair de casa para passeios mais prolongados sem ter comigo o dossier das análises e o kit de preservação das células estaminais. É que, pelo menos pela experiência das mães do ciberespaço, a rapariga pode muito bem dar-lhe para sair no momento e local mais inesperados. Assim sendo,mais vale prevenir...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

confortável

o coração da menina bate lindo, lindo, ao mesmo tempo que a pequena maravilha continua a agredir-me alegremente. Uma delícia. Para mim e para ela que, diz a médica, está muito confortável no seu casulo e, muito embora se vá preparando, não dá mostras de ter grande urgência em sair de lá.

Fico dividida. Por um lado, queria tê-la já aqui comigo. Ver como é, apresentá-la ao mundo, apertá-la contra mim e não a largar. Ao mesmo tempo, sei que nunca mais estará tão próxima. Nunca, como agora, partilhará de todos os meus segredos; nunca mais poderei levá-la para todo o lado, coladinha a mim, duas em uma, felizes as duas.

O melhor, portanto, é deixar andar. Ela decidirá é escolherá a melhor altura.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

já está


para que nada falte à menina, num súbito assomo de capacidade decisória, chegámos, vimos e decidimos. E ele aqui está: um Golf Plus, cinzento, fantástico e maravilhoso. Daqui a duas semanas está nas nossas mãos.

sábado, 26 de abril de 2008

a Madalena foi à praia

A bebé ouviu o mar pela primeira vez, dentro do seu mundo sub-aquático. Nessa noite não queria dormir e mexeu tanto que chegámos a pensar que queria sair para poder ver tudo com os seus próprios olhos. Afinal não queria, para grande alívio do pai, que já tinha decidido pedir ajuda à GNR para fazer o percurso entre Troia e Lisboa a 200 à hora. Não foi preciso, mas seria sem dúvida uma apoteótica chegada ao mundo da nossa pequena maravilha.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

quarta-feira, 16 de abril de 2008

o futuro é das mulheres

Não, não é nenhum ataque subito de feminismo exacerbado. É apenas mais um sinal de que o mundo está em profundas mudanças e nós mulheres teremos um papel cada vez mais importante a desempenhar. A Madalena vai pertencer já a esse mundo, onde não serão precisas as estúpidas quotas para que se possa finalmente falar em igualdade de oportunidades para ambos os sexos. Quero acreditar que será assim e que notícias como a da nova ministra da Defesa de Espanha deixarão de surpreender. Carme Chacón, grávida de sete meses, tomou posse esta semana e passou revista às tropas. Não sei se nuestos hermanos generais terão achado grande graça, nem se se preparam para lhe fazer a vida negra, mas gostei de ver as imagens. Resta saber, também, se a nova ministra vai tirar toda a licença de maternidade a que tem direito quando lhe nascer a criança (16 semanas) e como se vai desenrascar para compatibilizar o papel de mãe com a de governante. Entretanto, Zapatero mostrou, mais uma vez, que é um grande presidente do Governo.


(El Pais on-line)
Quando a Madalena crescer e puder ler este blog, provavelmente vai achar estranhissimo que a mãe tenha dado tanta importância ao assunto da ministra grávida. Bom sinal, se assim for...

terça-feira, 1 de abril de 2008

32 semanas

Desta vez não temos fotografia. O Sérgio diz que a imagem da eco não se percebe à primeira, mas eu olho para lá e vejo perfeitamente a testa, os olhinhos, o nariz e uma mão a tapar o resto. A princesa já deu mostras de ser teimosinha e, apesar das palmadas que apanhou, recusou-se a mostrar a cara por inteiro. Nem uma única vez.

A ecografia a três dimensões acabou, por isso, por ser um bocadinho decepcionante. E as imagens mais tradicionais também já não mostraram os grandes planos das ecos anteriores: a Madalena está grande, e não se consegue ver tão bem como dantes. Pesa já 1.964 gramas e, a manter o ritmo, há-de sair com 3,4 quilos e à volta de 50 centímetros. Está explicada a dimensão da barriga, que já não sei onde pôr à noite, quando me deito, e que não me deixa apertar os cordões dos ténis como deve ser...

Não importa. Mais uma vez, o relatório vem com a palavra "normal" à frente dos vários items, que nós verificámos cuidadosamente um a um. A nossa menina é linda (não se riam, que temos direito às pirosices todas), é teimosa (como o pai, claro), e mal posso esperar para a encher de beijinhos.

domingo, 30 de março de 2008

a gaveta da Madalena


Bodies, camisolinhas, calças de algodão minusculas, casaquinhos de malha, porque os bebés quando nascem têm muito frio, gorros para aquecer a cabeça, babygrows pequeninos em cor-de-rosa, meias microscópicas... Pouco a pouco, a gaveta da bebé vai ficando composta e a lista do enxoval está quase completa. De roupas, porque ainda nos faltou a coragem para ir comprar fraldas descartáveis, soro fisológico e cotonetes para bebé, entre um monte de outras coisas que é preciso ter em casa, para quando chegar a princesa. As roupas, essas estão lavadas, passadas a ferro e cuidadosamente dobradas. E eu, de vez em quando, abro a gaveta, olho para elas, e ponho-me a pensar como será a minha menina, quase consigo ouvi-la, mas não consigo imaginar como será a cara dela.

sempre a crescer


Amanhã serão 32 semanas e a barriga-madalena continua a crescer um pouco todos os dias. Faltam dois meses, mais coisa menos coisa, para se cumprir o tempo que mandam as regras, mas a bebé anda muito apressadinha e por isso lá tive de passar duas semanas em casa. De repouso, porque a Alice chegou à conclusão que a Madalena já tinha dado a volta e estava mais abaixo do que devia, já a encaminhar-se para a saída. A baixa termina amanhã e no dia seguinte temos a ecografia das 32 semanas, onde vamos novamente espreitar a barriga.

quarta-feira, 19 de março de 2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

Diogo

O primo do Algarve da Madalena veio visitar-nos...

mãos e pés

Hoje foi dia de análises. Tive de tomar uma bebida horrorosa, com quilos de açucar, mas a Madalena adorou. Daí a menos de um minuto já estava a mexer-se furiosamente, num verdadeiro ataque de mãos e pés.

Sinto-a cada vez mais. À noite parece incansável, mesmo quando estou a dormir, garante o Sérgio, que de vez em quando adormece com a mão na minha barriga. A comunicar com a bebé, como ele diz. Com 28 semanas, ela já guarda memórias, dizem os livros. E eu aposto que sim, que guarda mesmo, e que já reconhece as nossas vozes e o nosso toque.

Está cada vez mais presente, a nossa filha. E nós começamos a acreditar que sim, que é verdade, que ela vem aí e que temos de nos preparar para a receber.

De vez em quando vou espreitar a caixa onde guardo as coisas dela. Conto, mais uma vez, os bodies, as camisolinhas, as meias, os casaquinhos, e faço o inventário do que ainda falta. Dou por mim a brincar às bonecas e durante um bocadinho lá estamos, as duas, só as duas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sonhos

O Sérgio sonhou com a bebé. Adormeceu com a mão pousada na barriga, a sentir os pontapés da nossa pequena lutadora de boxe, ressonou um bocadito, e acordou a contar que tinha sonhado com a Madalena, uma Madalena de olhos azuis, que no sonho já era uma menina crescida e brincava com ele.

O Sérgio raramente sonha ou, pelo menos, muito raramente se lembra dos sonhos, mas estes olhos azuis ficaram-lhe na cabeça.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

SPA



Alcobaça. Nazaré. Japoneses a tirar fotografias. São Martinho do Porto. SPA. Descanso absoluto. Boa comidinha. Um hotel de três estrelas com um horrivel néon verde alface. As Termas da Piedade modernizadas e transformadas em Your SPA and Hotel (só nós para desencantarmos estas pérolas...). Três dias em ambiente zen, mais uma passagem por um antro turístico: Óbidos. Restaurantes proibitivos, os japoneses da Nazaré sempre de máquina em punho e tugas prontos a enganar todos os turistas. Óbidos é bonita, mas na confusão da rua polvilhada de turistas, lojas para turistas e restaurantes para turistas, o que mais gostei foi do museu municipal, com o seu quadro (único) da Josefa de Óbidos e onde a Madalena teve a sua primeira incursão no mundo das artes.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

22 semanas e mais uma ecografia


Saímos de lá em estado zen, a perguntar um ao outro, viste aquela mão tão perfeitinha, e o pézinho, e o nariz, e aquele gole tão eficiente, nós que nem sabiamos que os bebés bebem líquido amniótico, como também não sabiamos metade das coisas que a médica nos contou naquela meia hora, numa autêntica lição de anatomia onde tudo foi visto ao milímetro.

Saímos de lá a saber que está tudo bem com a Madalena, que a percentagem de "normal" no relatório da ecografia é de 100% e que, pelo menos até à próxima, que só há-de ser daqui a dez semanas, podemos descansar. O estado zen manteve-se ao longo do dia e hoje não houve contracções, nem a barriga ficou dura, nem eu me pus a imaginar uma data de parvoices, do medo de alguma coisa não estar bem.

Estou a senti-la agora, a mexer-se na minha barriga, na sua habitual ginástica pós-jantar, e dou por mim a rir que nem uma tonta, já de lagriminha no olho, a ver o Segio, o pai dela, com aquele ar sério que ele tem a dizer que a filha é tão linda, a nossa Madalena é tão linda...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Mais prendas



Desta vez foi a tia Carla, que mandou pelo correio, directamente de Portimão. Eu e o Sérgio ficámos deliciados e decidimos que vamos começar também a fazer comprinhas.

Entretanto, já há um berço cá em casa, herdado das primas Catarina e Aninhas, à espera de ser armado, daqui a uns meses, mas já a servir de medida para colchas e lençois.

No meio da confusão habitual dos dias, às vezes esqueço-me de acreditar que vem um bebé a caminho e que nunca mais nada será como dantes. Depois, de repente, há qualquer coisa a mexer na minha barriga, como se pequenas bolas de ping-pong se andassem a passear lá dentro, e lembro-me que é verdade, que a Madalena está por aqui, que se calhar ouve e sente muitas coisas, muito mais do que nós possamos imaginar, e que tudo isto é um caminho que é único e só se percorre uma vez, por isso, tenho de o aproveitar a cada segundo.Muito devagarinho.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Coraçãozinho saltitante...

... e barulhento, a bater a 200 à hora, muito seguro no meio de mais não sei quantos barulhos, porque a nossa Madalena não parava de se mexer. Hoje não houve visionamento, só banda sonora, mas confirmou-se que a menina não gosta de estar sossegada.

Estamos com 21 semanas e um dia e até agora engordei cinco quilos. Imenso, parece-me, apesar de a Alice não se ter mostrado muito impressionada. Vou cortar nos doces. Está decidido. Não consigo imaginar-me com um rabo gigante, pronta a rebolar ao mais pequeno desequilíbrio. É um pesadelo demasiado mau...

domingo, 6 de janeiro de 2008

20 semanas

Estamos a meio da viagem, nós e a Madalena. Senti-la a mexer cá dentro é uma sensação fantástica e mal podemos esperar pela próxima consulta, para voltar a vê-la.

A nossa filha. A minha filha presente e ausente. Tenho saudades dela.