segunda-feira, 30 de junho de 2008

Alentejo e o primeiro sorriso

Um mês e uma semana comemorados no Alentejo. A primeira viagem grande, a primeira visita a Castro Verde e, sobretudo, o primeiro sorriso. Deve ter sido porque estava feliz, porque passou um rio de miminhos pela casa dos avós, porque todos quiseram ir ver a princesa, conhece-la e levar-lhe presentes, ou se calhar foi mesmo só porque lhe apeteceu, mas o certo é que de repente, no meio de uma muda de fraldas, a Madalena abriu um sorriso lindo, lindo para uma mamã privilegiada e derretida. Mais tade o pai também ganhou e agora a princesa já democratizou os sorrisos para quem estiver por perto e os quiser apanhar.

Da viagem ao Alentejo ficaram também as emoções dos avós. Da avó que já garantiu que pretende estragá-la com mimo e do avô, que está completamente apaixonado, lhe chama "meu amor", fica ao lado da caminha dela até que adormeça e lhe promete os contos com que também me adormeceu a mim há tantos anos.

Estão tão bonitos, os meus pais... A Madalena trouxe-lhes um fiozinho de luz e uma alegria enorme. A minha mãe está mais jovem e o meu pai, sempre tão introvertido, é com a neta o pai que eu já suspeitava que existia, mas que não me lembro de alguma vez ter visto. A nossa bebé mudou-nos a todos.

domingo, 29 de junho de 2008

Laurinha


A mamã e o papá andavam às compras, no Continente de Telheiras, quando ela achou que estava na altura de vir ver o mundo com os seus próprios olhos. Correria para a maternidade - com passagem por casa para levar o kit para o cordão umbilical, que a mala ainda nem estava feita - e a Laurinha nasceu pouco antes das nove da manhã do dia seguinte, 29 de Junho, quase um mês antes da data prevista, com 2.685 kg e 46 centímetros. É a nova amiguinha da Madalena e é linda que se farta!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

25 de Maio

Foi há um mês e foi o primeiro dia do resto da minha vida. A Alice tinha dito que passasse pela MAC, que ela estava de banco e faziamos o ponto da situação. Com 39 semanas e 5 dias, deixou no ar a hipótese de induzir o parto, mas eu recusei-me a pensar muito nisso. Mesmo assim, levámos armas e bagagens e às nove e meia em ponto lá estávamos. A rapariga nasceu às 11 e meia da noite, depois de um trabalho de parto que foi crescendo lentamente em intensidade e que nas últimas três ou quatro horas atingiu o auge no número de contracções, cada vez mais dolorosas e que culminaram numa cesariana. Porque a Alice achou melhor e eu queria era fugir dali para fora, mas como não era possível dizia-lhe que sim a tudo. E com o meu sim veio a anestesia, a melhor invenção alguma vez patenteada na história da medicina, e minutos depois lá estava a Madalena, linda e maravilhosa, olhos tão abertos para o mundo que eu só queria chorar e rir e apertá-la muito, muito, não fosse de repente acordar e descobrir que tinha estado a sonhar o tempo todo.
Acho que chorei, mas já não me lembro bem, porque também me deu para rir que nem uma perdida e desatei a perguntar pelo Sérgio, que tinha sido corrido quando me levaram para o bloco operatório. E à saída lá estava ele, pela primeira vez junta a nossa pequena família, nós os três. E os olhos da Madalena, tão abertos que parecia que se riam para nós, tão lindos, tão lindos.
Tenho a certeza que foi o primeiro dia do resto da minha vida, o dia em que eu deixei de ser quem era, em que cresci mais do que em todos os anos que já vivi, só de olhar para os olhos da minha filha.