domingo, 20 de setembro de 2015

Fim de férias

Gosto tanto de os ver a brincar juntos. Hoje a casa é deles. Inventaram uma história de mistério, terrível, cheia de piratas e de pistas para encontrar e lá andam os dois, mergulhados numa aventura assustadora pela "terra do mapa" (não me perguntem onde é). Foi assim durante quase todo o tempo, nestas belas férias de Verão. Zangaram-se de vez em quando, claro, quase sempre por causa do comando da televisão, ou porque ele insiste em cantar mal as músicas da Violetta e ela não gosta, ou porque ele, coitado, já não aguenta mais músicas da Violetta. Zangaram-se, mas por pouco tempo, sempre cúmplices, sempre a unirem-se contra nós, os pais, quando alguma coisa corre mal a algum.

Amanhã regressam à escola. À escola a sério, com a Ruca e com a Albertina, cheia de coisa novas pela frente. Os livros estão prontos na mochila, os cadernos, as garrafas para a água, a roupa para mudar, os chapéus para o recreio. Ela acordou-me às 8:30 para vir tratar do que faltava (ele nem por isso) e agora está tudo preparado, junto da porta da entrada.

Foi um Verão comprido e Agosto um belo mês, três semanas entre o Alentejo e a casa mini-minorca de Cabanas onde o Pedro este ano conquistou uma cama só para ele que o deixou todo orgulhoso. Voltámos a encontrar a Beatriz, mais a Luisa e o Paulo, e as duas amigas, que só estão juntas duas semanas por ano, entenderam-se tão bem como sempre. Preguiçámos na relva e na piscina, depois de manhãs compridas na praia, e mal pegámos no carro, a não ser para a inevitável travessia até Espanha para jantar e comprar caramelos ou para visitar as salinas e (tentar) ver os flamingos.

Foi também o Verão em que a Madalena descobriu que gosta de ler livros na praia, em que ela e o Pai se meterem numa perigosa aventura até ao insuflável no meio do mar, em que Pedro se tornou especialista em mergulhos para a piscina e em que os dois se aventuraram (quase) sem medo em compridos banhos no mar. E foi o Verão dos jogos de xadrez e de dominó (com o avô Manel) e de uno.

Sinto falta de viajar, de chegar a uma cidade desconhecida e de a calcorrear, de mapa na mão, sem destino certo. E, no entanto, estas férias de Verão a quatro são tão boas, tão boas, que atenuam essas saudades. Para o ano é que é. Pedrinho e Madalena estão a ficar crescidos e autónomos e prontinhos, prontinhos para viajar sem stresses.

Madalena, o que gostaste mais nestas férias? "Da viagem de barco até à Ilha de Tavira". E tu, Pedro? "Foi do mesmo da Madalena. E da praia".

E do que gostaram menos? "Não sei, não me ocorre nada", diz ela, a palavra certa no momento certo. E tu, Pedrinho? "Não lembro-me".