sábado, 28 de abril de 2012

Uma família em férias

Somos nós. A partir de hoje, oficialmente, de férias durante uma semana inteirinha. E o que vamos fazer? Vamos ali a Londres e já voltamos, como eu andava a sonhar há que tempos? Ou a Roma, que segundo garante a Joana é a melhor cidade do mundo para se namorar? Ou sequer ali a Badajoz, só para podermos dizer que vamos para fora? Ná. Nada disso. Aliás, por este andar, não vamos sequer aos Algarves, ficamos pelos Alentejos e já é uma sorte.
Estou em protesto. É só hoje, por umas horinhas, mas estou em protesto. Acabei de ver, mais uma vez, as previsões do tempo para a próxima semana e ao que parece vai chover todos (todos!) os dias. Precisamente na nossa primeira semana de férias do ano...

sábado, 21 de abril de 2012

Então é assim:

O que realmente me chateia, nesta minha vida de correria e horários absolutamente  malucos, é não poder ir buscar os meus filhos à escola, vir com eles de mãos dadas para casa, passarmos pelo jardim para ver os patos e as flores, conversar com eles sobre o que fizeram nesse dia, sobre tudo ou sobre nada. Nenhum pai nem nenhuma mãe deviam ser obrigados a perder esses momentos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pequenas histórias

Este blog inicia hoje mais uma rubrica. Mantém o seu espírito de baby blog, às vezes com um ou outro registo lateral, mas inaugura lá em cima uma nova página com pequenas histórias saídas da cabeça e dos dias da mãe ou então recuperadas dos baús cheios de gavetas que foram crescendo nos últimos anos. A ideia é que, boas, más, ou nem por isso, por aqui se conservem e que, quando os meninos donos do blogue foram crescidos, lhes encontrem também alguma piada.

Madalena, princesa maravilha

Madalena, muito chateada: "Mãeeeeee, ajuda-me, o Pedro levou a boneca que eu tinha aqui no carrinho! És sempre a mesma coisa, Pedro!" Tento acalmar as hostes sem me meter muito, eles que resolvam os seus problemas lá entre eles, mas sempre dou um pequeno conselho. "Vai lá e tira-lhe tu a boneca e pronto, já está." Sou cilindrada pela resposta da minha filha: "Mãe, mas eu não gosto de tirar nada a ninguém."

domingo, 15 de abril de 2012

À descoberta da internet

Mãe, escreve ai: "Barbie, come com"

A mãe da Ângela e da Solange

E porque não voltas tu para Cabo Verde? Lá tens os teus pais, os teus irmãos, não estarias sozinha. Não posso, Filó. Tenho duas filhas, a sociedade ia falar. Vim para cá tirar um curso superior e só posso voltar quando o acabar. Nessa altura, já tenho um lugar garantido, que o meu irmão é professor, conhece muita gente. Até lá, tenho de resolver aqui a minha vida. Como? Não sei. Sei é que as minhas filhas não podem passar fome. Por elas faço tudo. Só não faço asneiras. De resto faço tudo. No meu país já não podia ser. Por isso, hoje à tarde agarro nas meninas, encho-as de casacos, e vou com o meu compadre desmanchar um colchão que alguém deixou ali perto do Minipreço. O cobre vale quatro euros ao quilo, o ferro é um bocado menos, agora está a um euro e dezoito, mas não importa, que sem esse dinheiro não sei o que faria à minha vida. Em Cabo Verde isso não seria possível. Não posso voltar. Não posso dar esse desgosto aos meus pais. Um dia acabo o curso de psicologia que tive de interromper quando descobri que estava gravida. Foi um susto muito grande, tive de arranjar um emprego, mas despediram-me quando a barriga coneçou a crescer. E desde que nasceram as gémeas nunca mais consegui trabalhar. Perdi a bolsa de estudo da embaixada, perdi a autorização de residência, e agora para me darem outra preciso de um contrato de trabalho, mas para me fazerem um contrato de trabalho pedem-me a autorização de residência. E ando nisto.
Agora tenho de ir, antes que mais alguém aqui do bairro descubra o colchão abandonado. Filó, se tu conheceres alguém que precise de uma empregada, diz-lhe que eu estou à procura de emprego. Que tenho a Ângela e a Solange para criar e faço tudo para as alimentar. Só não faço asneiras.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Paciência de mana também tem limites

Madalena, farta de aturar as investidas do mano que não a deixa descansada a brincar com as suas Winx, levanta-se e sai disparada do sofá anunciando:
"Estou feita com isto!"

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Nada de confusões

Pedrinho imita a mana em tudo, quer exactamente as mesmas coisas que ela e até gosta de ver os mesmos desenhos animados. Assim sendo, se ela põe ganchos no cabelo, ele também quer. Ontem fiz-lhe a vontade e o resultado foi que ele ficou ainda mais igual à mana. O pai, distraído a ver qualquer coisa na televisão, comentou que até parecia a Madalena e estava igual a uma menina. Foi um comentário perfeitamente inocente, nada provocatório, mas Pedrinho não gostou. Tirou rapidamente o gancho, atirou-o fora e despenteou a franja, como que a anunciar que coisas de menina não são com ele. A seguir atacou novamente as bonecas da mana, os seus brinquedos favoritos sempre que ela está a brincar com elas.

terça-feira, 10 de abril de 2012

MAC

Um jornalista é isento, não toma posição, limita-se a descrever os factos, a contar histórias, a pôr as pessoas a pensar. Tentei fazer isso tudo, mas lá no fundo, tenho de confessar, tenho um amor muito especial pela maternidade onde nasceram os meus filhos, onde vivi os dois momentos mais espectaculares da minha vida. Podia dizer que não, que tanto me faz, mas não seria verdade. Preferia que a MAC não fechasse e continuasse a fazer pelas mães desta cidade aquilo que também já fez por mim.
Por tudo isto, hoje, enquanto fazia o meu trabalho, secretamente gritava também com eles que "a MAC é vida, não pode ser destruída".


quinta-feira, 5 de abril de 2012

O poder de um par de sapatos

E finalmente chegou o tão esperado fim-de-semana prolongado. Bebés e papá em casa, mamã a caminho do jornal e, amanhã, a visita dos avós do Alentejo. Mada já sabe que ficar com o pai garante televisão à fartazana. Começou mal saltou da cama e já nada a convenceu a abandonar o sofá. Nada a não ser... um par de sapatos novos.
Há lá rapariga que resista a um par de sapatos novos? pois claro que não e Mada não é excepção. E estes, graças à chuva dos últimos dias, ainda nem tinham saído da caixa. Vai daí, lá foi ela disparada para o quarto, escolher a saia e a camisola a combinar, tão vaidosa, tão vaidosa dos seus sapatos novos.
Lembrei-me do dia em que ganhei umas sabrinas que usei ininterruptamente durante um Verão inteiro. Deu-mas o tio Zé do Algarve, depois de eu ter chorado, infelicissima, na sapataria dele e de, mesmo assim, não ter conseguido convencer a minha mãe. Eram azuis às bolinhas.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

As segundas-feiras custam

Dona Mada:
Oh mãe, mas porque é que só há dois dias de fim de semana e há tantos dias para ir à escola? Eu não quero ir. Tu ficas comigo e quando vier a Inna vais para o jornal, está bem?