alentejanices

Passados já uns aninhos, o homem cá de casa ainda se surpreende, de vez em quando, se a meio de uma conversa me sai alguma alentejanice. E eu nem me dou conta. Algumas são verdadeiras pérolas. Outras precisam de tradução para que os pobres lisboetas não se percam. Assim sendo, aqui se fará, de ora em diante e à medida que forem surgindo, uma pequena lista e respectiva tradução. Para memória futura e sempre em actualização, com a imprescindível colaboração da avó Fátima.



Alvoriada - rapariga de cabeça no ar. No masculino, também serve para qualificar pais de família que fazem xixi fora do penico
Aventar - deitar fora
Buzaranha- vento forte
Cocharro - recipiente em cortiça para beber água
Demasia - troco quando se pada qualquer coisa com dinheiro a mais
Escampar - diz-se quando, depois de uma grande tempestade, começa a parar de chover
Esparavela - vento levante
Falar do rijo - falar alto
Maioral (ok, moiral) - pastor
Poial - degrau à porta de casa
Popias - bolos em forma de argolas feitos com farinha e azeite. As melhores são as brancas, com cobertura de açucar
Não ter trambelho - falta de juizo, de tino
Rodilho - Pano que se usa na cozinha para limpar a loiça
Ter tenência - ter juizo, fazer o que está certo
Velida - rapariga bonita (esta é sugestão da avó, que eu nunca tinha ouvido)