quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

É Natal, é Natal

 Madalena, do que gostaste mais do Natal? E ela, já estoirada de tanta animação, com a boca cheia de espuma da pasta de dentes: gostei mais do Pai Natal com a voz igual à do avô Manel. Que engraçado, não reparei... mas achas que o Pai Natal é o avô Manel? Não, não, mas tinha a voz igual. E pronto, era um pormenor. Um de vários, porque não houve nada que lhe escapasse. Como é que o presente que ela fez para a avó foi parar ao saco do Pai Natal? e como é que as tias souberam que ela queria uma Nancy se o pedido tinha sido feito ao próprio do Pai Natal que, por sua vez, não cumpriu o que lhe tinha sido solicitado na carta dos presentes?
Pormenores à Parte, o Pai Natal foi novamente um sucesso, apesar de, mais uma vez, ter tido um tal ataque de riso que por longos momentos não conseguiu articular uma palavrinha que fosse. Na noite de Natal a tarefa do Advento foi preparar um lanchinho de Bolo Rei e vinho do Porto para o senhor das barbas brancas e do saco de prendas que, coitadinho, tinha tanto trabalho pela frente.
Quando ouviu a campainha e foi abrir a porta com a avó, Pedrinho até respirou fundo e bateu palminhas, tal era a excitação. Também ele não tem dúvidas em dizer que o melhor do Natal foi o Pai Natal. Bem, quase ao mesmo nível do camião do Faísca, prenda de Pedro, o grande, e que já se tornou na nova paixão do nosso homenzinho.
Na noite da consoada as três raparigas da casa do Alentejo foram à missa do Galo, para grande comoção e orgulho da avó Fátinha. Madalena não desgostou, mas achou a homilia um pouco aborrecida. O que é que ele está a dizer, mamã, que não consigo perceber nada? Fui salva pelo início de mais um cântico de Natal, porque  eu própria já tinha desligado ligeiramente o cérebro.
Foram dois dias tão intensos que Pedrinho e, por arrastamento, a sua a mamã, ainda não recuperaram o sono tranquilo durante a noite. De vez em quando ainda há um acordar sobressaltado e resmungão, com palavras aqui e ali, quase sempre "carro" e "faísca" pelo meio.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Tarefas e mais tarefas

Desenhos e pinturas, prendas para a família, histórias especiais, canções de Natal, desenhos animados na televisão até altas horas (sempre que estavam sozinhos com o papá) e doces quase todos os dias. O Advento teve de tudo, mesmo quando os pais chegavam a casa já muito tarde e era preciso inventar uma tarefa à pressão. Para o ano teremos de programar um pouco melhor a coisa, mas o calendário do Advento há-de ser uma tradição a manter. Nem que seja pela expectativa deles a ir buscar os envelopes (ela nos dias ímpares  ele nos dias pares) e pelas muitas alegrias nestes dias.
Na nossa porta de entrada escrevemos Feliz Natal para os vizinhos. E o "z" ao contrário foi obra da mãe - um súbito ataque de dislexia por estar a escrever com o papel de cabeça para baixo - e não da filha, que ela pediu ajuda e as verdades são para ficarem registadas.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ups...

Eu, a tentar divertir-me à custa do papá, que a seguir ao jantar aterrou no sofá com cara de só-um-guindaste-é-que-me-tira-daqui:
- Madalena, qual é o sítio da casa que o papá mais gosta?
E ela. muito rápida na resposta: - É de estar sentado no sofá.
- Então e a mamã?
- É de andar a arrumar coisas.
- E tu?
- Eu também gosto do sofá e de ver televisão.
Conclusão: está a parecer-me que se calhar tenho de rever alguns comportamentos lá em casa. Meus, naturalmente.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Obrigada, senhores dos Correios

Mada, que sabe o que é a internet e o que são emails, é também uma entusiasta dos senhores dos CTT, que este ano, mais uma vez, nos trouxeram uma prenda directamente dos Algarves. E a urgência foi tanta, que tivemos de abrir a encomenda logo ali, nas escadas. Obrigada, Carla, Ana e Ricardo. Gostámos muito.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Dia de circo...

... no calendário do Advento.
Este ano, pela primeira vez, Pedrinho deliciou-se com o que viu. E do que gostaste mais? Dos tigres, claro. Cinco tigres grandes, grandes, com uma pele tão bonita que só apetecia ir lá abaixo fazer festinhas. Já a Dona Madalena gostou sobretudo "das senhoras a fazer ginástica", umas malucas, penduradas por uma mão, a não sei quantos metros de altura, sem rede e a fazer umas incríveis cambalhotas. E os pais, gostaram? Bom, quer dizer, sim, mais ou menos, aliás, nem por isso. Foram mais de duas horas, sentados nuns bancos pavorosos, com meninos a discutir porque queriam os brinquedos um do outro e com medo que eles caíssem pelos buracos entre os assentos. Claro que, para o ano, lá estaremos novamente, que o circo é uma inevitabilidade no Natal. Mesmo que os senhores tenham a lata de cobrar cinco euros por uma volta de pónei que durou exactamente 20 segundos. Ah, e se quiséssemos com fotografia eram dez e tomem lá que os profissionais do espectáculo têm de fazer pela vidinha.
No fim, o melhor do circo: fomos almoçar a casa da Laurinha e do Vicente, que desta vez foram connosco. Para o ano há mais.



sábado, 15 de dezembro de 2012

Sininho

Correria pela cidade, a fintar o pessoal que andava nas compras e as famílias que trouxeram os rebentos a ver as (poucas) iluminações de Natal da Avenida. O destino era o El Corte Inglés, único sítio onde ainda conseguiríamos uma sessão a horas decentes. E tinha de ser, porque a ida ao cinema, para ver o último filme da Sininho, era a tarefa do dia do calendário do Advento e nestas coisas não se pode falhar. Papá estacionou às três pancadas, esqueceu-se de fechar a porta do carro, corremos até às bilheteiras, comprámos umas pipocas gigantes que depois não conseguimos comer, e estava mesmo a começar o filme quando finalmente nos instalámos nos nossos lugares.
A aventura merece registo também porque foi a primeira vez que Pedrinho foi ao cinema e passou com distinção o teste da sala-com-uma-televisão-gigante-que-de-repente-fica-às-escuras. Agarrou-se à mamã com muita força, mas não houve lágrimas nem protestos e o filme foi visto tim-tim por tim-tim do princípio até ao fim. Depois, já à saída, o habitual espírito do contra: Gostaste, Pedrinho? Não!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Querido afilhado:

Quero agradecer-te pela lembrança. Tanto os humanos como os felinos lá de casa apreciaram bastante. E a Madalena, muito pragmática, concluiu de imediato que era óptimo porque assim já não tínhamos de ir ao Pingo Doce no fim-de-semana. A tua carta, que acompanhou esta magnífica oferta, deixou-me com uma lagriminha no canto do olho. Porque sim, tens tanta razão, quando falas nas muitas coisas que aconteceram nestes seis anos. E todas elas, digo eu também, "com um surpreendente final feliz". Devo admitir que tenho algum peso na consciência por não ter dado, a ti e à tua família, a atenção que vocês merecem, mas, sabes, lá em casa há dois meninos que requerem toda a atenção do mundo e quando não estou com eles o tempo não me dá para nada. Pode soar a desculpa de amigo da onça, mas acredita que me lembro muitas vezes de vocês e que, frequentemente também, chego a pegar no telefone para vos ligar, só que entretanto lembro-me que é a "hora da meditação" e que provavelmente me responderá apenas o atendedor de chamadas. Desculpa, mas é quando estou a ir para o metro, ao fim do dia, que consigo pôr em dia as conversas com os amigos.
Mas olha, vem aí um novo ano e estou cheia de boas intenções. Até lá, obrigada, obrigada, mais uma vez, pela maravilhosa lembrança. Fiquei fã do Pede Salsa.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

E assim vai o nosso Advento

 O calendário do Advento prossegue em grande animação. Entretanto foi preciso estabelecer regras e agora a Madalena vai buscar os envelopes nos dias ímpares e o Pedro nos dias pares. Apesar de algumas discussões e choros, tal é a excitação, já nos conseguimos organizar.
Tem sido tanta a trabalheira que chegamos os três à caminha já a cair para o lado (principalmente eu, há que admiti-lo), com grande prejuízo para o blogue, que não tem sido actualizado.
Faça-se, portanto, o balanço: houve fabrico de pulseiras, com o alto patrocínio do Rui e formação personalizada prestada pela tia Xanda; houve um circo de fantoches do qual não houve registo fotográfico; noutro dia fizemos trabalhos manuais que, por razões que mais tarde revelaremos, agora não podem aqui ser expostos.
Ontem a tarefa, muito especial, consistiu em decorar uma estrelinha de cartão para o Pedro levar para a escola. E saiu esta estrela-pai-natal, com sininho no barrete e barbas de algodão que ele hoje entregou orgulhosamente à Tina. antes, aproveitámos para besuntar as janelas com um spray adquirido nos senhores chineses por sugestão da Rita. Obrigada Rita, eles gostaram muito, a Inna nem por isso, mas não há-de ser nada.

Hoje o calendário do Advento fica entregue à avó Gracinha, que a mãe e o pai vão ao cinema. Será uma grande aventura (para nós, entenda-se).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Carta ao Pai Natal

Hoje foi dia de carta ao Pai Natal, a tarefa do 5º dia do Advento. Dona Madalena dirigiu as operações e eu escrevi. Insistiu em colocar também os pedidos dos pais, tudo da lavra dela. Não foi muito exigente, há que admiti-lo. Mas não esqueceu a Nancy, que só conhece dos anúncios de meia hora no canal Panda, mas da qual já anda a falar há que tempos. Pedrinho, esse, como se pode constatar, foi muito variado na escolha: tudo vai dar ao carro Faisca, a sua paixão do momento.
No final explicámos que lá por se escrever a carta nada fica garantido e que o Pai Natal ainda vai ver se tem aquelas coisas no seu armazém e, sobretudo, se os meninos se portaram bem. E como é que ele sabe essas coisas, perguntou a Madalena muito desconfiada e talvez a lembrar-se que no ano passado o Pai Natal era estranhamente parecido com o avô Manel. Ele é professor, é? Pois, bem, quer dizer, professor se calhar não, mas lá que sabe tudo, isso sabe. Pedrinho, esse borrifou-se para as explicações. O sonho dele ter todas as porcarias que tenham a ver com o Faísca e ponto final.

Quanto ao quarto-dia do Advento, digamos que não ficou para a história. Atrasei-me tanto a vir para casa e estava tão cansada que a tarefa do dia consistiu em enfiarmo-nos na cama e ler um livro escolhido por eles. A coisa não entusiasmou por aí além e as birras provocadas pelo cansaço não ajudaram. Aliás, nem os chocolates que enfiei no envelope os conseguiram animar.



Isto foi o

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Escatologias, parte dois

E temos mais uma palavra capaz de fazer rebentar gargalhadas: Chulé. E o que é isso, perguntamos nós. É pó das fadas para os pés, revela, muito entendida dona Madalena. E cheira mal? Claro, mamã! E vá de rir, ela e ele, deliciados com a nova gracinha.

E ao 3º dia...

... fizemos um lindo São José sem nariz para o presépio da escola da Madalena, a tarefa prevista no calendário do Advento. Também comemos bombons e aprendemos uma canção de Natal nova. Como o Pedro não gostou muito, a Madalena inventou uma sobre carros, só para ele, e ficaram os dois acordados imenso tempo a berrar "pi-pi-pi", que era o refrão da cantiga.
A única coisa que correu mal foi o horário de ir dormir, que descambou escandalosamente. Enfim, nada de novo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Calendário do Advento

Foi a outra tarefa do fim-de-semana: fazer e inaugurar o calendário do Advento. Pintámos molas de madeira, fizemos e decorámos 25 envelopes e o calendário já lá está, pendurado na parede da sala, a prometer 25 surpresas até ao dia de Natal. No sábado houve prendas e rebuçados e ontem houve teatro (fomos ver "A Flauta Mágica") e pizzas em casa da Raquel.
Falta agora inventar mais 23 tarefas e coisas boas para deixar nos envelopes, misturadas com histórias e canções de Natal. E falta arranjar maneira de chegar a casa a horas decentes, para dar tempo de abrir os envelopes e pôr as tarefas em prática.

(Tivemos a ajuda preciosa da Joana e do Gabriel, há que registar também esse pormenor. Se calhar vamos convidá-los também para participar de algumas das tarefas adventícias)

Presépio

O nosso presépio, explica o Pedrinho, tem o "Ius", a mamã e o papá. E tem três reis magos que agora, provisoriamente, são apenas dois, porque o Belchior, coitado, de tanto ser mudado de sítio, teve um acidente que o deixou decapitado. Também temos burro e vaca e tudo aquilo a que tem direito qualquer presépio que se preze, o sr. Papa que me perdoe. E cá em casa há um menino tão entusiasmado, tão entusiasmado, que não quer brincar com outra coisa. 
Hoje foi dia de presépio. E de árvore de Natal. A nossa árvore minúscula, enfeitada pela Mada e pela mamã e pelo Pedrinho. Desta vez a árvore tem pequenos sinos de chocolate, como quando eu era miuda e, com o meu mano, comíamos os chocolates dos pais-natais e deixávamos lá as pratas, para a mãe não descobrir. 
O Natal sempre conseguiu deixar-me feliz, mas agora, com o Pedro e com a Madalena, tudo tem um sabor diferente. Muito melhor.