sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um bairro que é uma aldeia

Hoje foi dia de vacina para o Pedrinho. Antes de irmos para o centro de saúde, uma passagem pela farmácia, para comprar a Prevenar, que o nosso sistema nacional de saúde não comparticipa, e mais uma conversa surreal sobre o Calvin. Não tem passado por lá ultimamente, não senhor - costuma esgueirar-se pela porta e passar a noite no escritório, na cadeira da doutora -, mas já tinham tido notícias dele: "esteve cá hoje uma médica do hospital dos Capuchos, que nos disse que ele tinha lá estado".
O nosso gato é assim. Ele é conversa de café, ele é conversa de farmácia, ele é conversa de leitaria... A leitaria da dona Elvira, aqui à frente de casa, é, aliás, o local onde se concentra a maior fatia dos admiradores do Calvin. "É o gato mais inteligente aqui do bairro", comentava hoje o sr. Ramos - o cliente mais assiduo, sempre a dar na cervejola. "E é que é mesmo", concordava outro vizinho, que eu nem conhecia, mas que me contou que o Calvin já tem ido à casa dele, um segundo andar no outro lado da rua.
E pronto, é assim. Eu, que detesto viver numa cidade em que as pessoas não se cumprimentam umas às outras, ando feliz da vida: graças ao meu adorado gato, toda a gente me conhece e mete conversa. Mesmo que não seja pelos meus lindos olhos, mas sim graças às aventuras malucas do Calvin, este bairro já me parece uma aldeia.

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