segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mas se calhar é o avô...

Desta vez, dona Mada não se amedrontou. Nem sequer se agarrou à saia da mãe, como no ano passado. Pelo contrário, recebeu o Pai Natal - e as prendas que ele lhe trouxe - de braços abertos e sorriso rasgado, observou com muita atenção e no fim ainda se despediu dele com um beijinho.
Pedrinho, esse manteve-se a uma distância prudente, ligeiramente escondido atrás do Rui, onde se refugiou mal a ilustre figura fez a sua aparição. Ainda assim, não se coibiu nada de estender o bracito quando lhe chegou a primeira prenda.
Já o Pai Natal, ainda não se sabe bem porquê, foi acometido de um tal ataque de riso, que se lhe embargou a voz e pouco ou nada foi capaz de dizer. De fato vermelho, óculos escuros, luvas e barba branca mal amanhada, lá distribuiu os presentes o melhor que conseguiu, recebeu um biscoito de agradecimento, mais um beijinho de dona princesa e, pouco tempo depois foi substituído pelo avô Manel que, logo por azar, quando ele chegou tinha ido a casa da prima Silvina.
Já esquecido da visita, Pedrinho mergulhou nos muitos presentes e dedicou-se, metodicamente, a rasgar embrulhos, os dele e os de toda a gente. Madalena também, mas ainda a remoer a visita do Pai Natal. Porque é que ele tinha uma fitas a segurar a barba?, insistia ela. Ora, aquilo não era nada, disfarçávamos nós. Era, era, eram fitas. Ficou um bocadinho a pensar e depois saiu-se com a frase deste Natal: Mas se calhar é o avô...

Sem comentários: