sábado, 29 de setembro de 2007

o teste

Quando tirámos a fotografia que está lá em cima, ainda nada disto nos passava pela cabeça. Estávamos em Paris, era o dia 3 de Setembro e tinhamos acabado de nos sentar para almoçar num café algures entre as Tulheries e o Louvre. Foi uma semana muito feliz, em que aconteceram muitas coisas que agora não interessam e em que nos sentimos completamente livres das habituais preocupações e chatices do trabalho e da vidinha de todos os dias.
Deve ter sido por isso que, quando o meu período começou a atrasar, nem sequer stressámos muito. Eram só uns dias, coisa normal, havia de vir na manhã seguinte, de certeza.
Mas não veio. E quando já estava atrasado quase uma semana, o Sérgio cansou-se de me aturar e foi comprar o teste à farmácia - estou mesmo a ver o ar dele, muito sério, como se estivesse a pedir uma caixa de aspirinas...
Experimentámos a coisa no sábado de manhã, depois de eu ter acordado cedíssimo e de ter sonhado que tinha dado negativo. Só que não deu. Ao fim dos cinco minutos que é preciso esperar, e que nós contámos atentamente pelo relógio da mesa de cabeceira, incapazes de falar sequer um com o outro, lá estavam as duas riscas cor-de-rosa, muito nítidas, a certeza de que daí para a frente nada iria ser como dantes.
E não foi.

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