quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ranho, muito ranho

Com o papá em Londres no meio dos senhores anti-globalização e tão perto do Obama que, querendo, até lhe podia atirar com um sapato, eu a Mada decidimos aproveitar para ir às compras, dar umas voltas pelo jardim, apanhar sol, essas coisas. Estava tudo muito bem programado e eu até tirei umas folgas, para passarmos os quatro dias coladinhas uma à outra e, quem sabe, ensaiar uma habilidade nova para quando o papá voltasse. Correu tudo lindamente, tirando a parte dos passeios fora de casa, porque a rapariga apanhou a primeira constipação da sua vida e está com uma tosse cavernosa e um permanente pingo no nariz que a fazem dormir mais do que o habitual. Sair de casa, nem pensar, até porque a Elena nunca o permitiria e só a deixa ir ao quintal embrulhada numa mantinha. Quanto à habilidade nova, temos aí umas coisas em vista, mas ainda nada de concreto, porque andamos muito ocupadas em arranjar maneiras novas de tomar charope para a tosse -são quatro vezes por dia e ela, que detesta a mistela, já descobriu todos os meus estratagemas para a fazer engolir aquela coisa. Além disso, temos longas lutas com o soro fisiológico, que ela recusa e que eu insisto em lhe enfiar pelo nariz. Em suma, têm sido uns dias muito divertidos e, dos meus belos planos só se concretizou mesmo a parte de andarmos coladinhas uma à outra: a princesa passa os dias a pedir colinho e eu, com grande sacrifício, claro, não lhe consigo dizer que não. A parte em que dormimos a sesta juntas, então, é particularmente difícil, como devem calcular...

Na verdade, não se pode dizer que a Bebas seja uma doente difícil. Fica com um bocadinho mais de caprichos, como diz a Elena, mas só teve febre uma noite e continua a comer (quase) tão bem como de costume.

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