segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aviso à Nação

A Madalena vai ter um irmão. Ou irmã, que ainda é muito cedo para ter certezas. Há-de ser lá para Março e cá em casa paira ainda um certo ar de "o que é que nos está a acontecer?". Estamos muito felizes.

A partir de hoje ficam disponíveis para os estimados leitores alguns posts já escritos, mas mantidos ocultos enquando não decidiamos contar a toda a gende a feliz novidade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Espreitadelas

Ecografia das 12 semanas. Tem quase sete cms da cabeça até ao rabinho e está tudo no sítio, segundo garantiu a médica, que é uma grande conversadora e explica tudo ao milímetro. Pernocas, cinco dedinhos em cada mão, pezinhos, coração a bater furiosamente, tudo, tudinho e mais uma pila. Uma pila. E eu que estava convencida, embora muito caladinha, que havia de ser mais uma rapariga. Levei um choque, mas não foi por isso que desatei a chorar, porque as lágrimas já caíam há muito, quase desde o início do exame, sem que eu tivesse sequer dado por elas. Estar ali a olhar para o écran, ouvir-lhe o bater do coração, pensar que é tal e qual a irmã e esperar ansiosa por cada palavra da médica, por cada silêncio mais comprido, não vá ela dizer alguma coisa que a gente não quer ouvir... é uma emoção demasiado forte para poder ser descrita com palavras e sem mais lágrimas.
Desta vez não estava certa que era uma rapariga, há que admiti-lo, mas mesmo assim quase dei um pulo quando vi a pilinha do pimpolho. E agora o que é que eu vou fazer? Um rapaz? Mas como é que se faz com um rapaz? Como é que se fala com ele? Vou ser capaz de lhe ensinar tudo o que é preciso, tipo como fazer xixi e afins?
Suponho que sim, que vou ser capaz, mas neste momento só tenho mesmo uma certeza, é que vou amá-lo de paixão, tanto como amo furiosamente esta outra pingente que está a dormir tão linda, ali na cama dela. Essas coisas do xixi ficam para ti, Sérgio, está decidido.

A médica diz que ainda não há certezas, que nesta idade gestacional é impossível dizer com absoluta garantia se é rapaz ou rapariga.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cromos da bola

Tenho dois cá em casa. Já não bastava o concurso do Malato, que os deixa embasbacados a olhar para a televisão, agora o senhor papá descobriu que há um concurso na Benfica TV, qualquer coisa para descobrir quem é o maior benfiquista, e nem vale a pena falar com ele enquanto tão interessante programa está a dar, porque desliga de tudo o que não seja responder às perguntas primeiro que os concorrentes. Estou bem tramada, porque dona Mada decidiu que também gosta e é vê-la de dedinho estendido, toda sorridente, mal aparece no ecrã um simbolo do Benfica - e são muitos, como se espera num programa deste calibre.

O pai jura que não lhe ensinou, mas a verdade é que ela conhece muito bem o símbolo e se há um emblema microscópico do Benfica numa página qualquer do Record, lá consegue dar por ele. Como era de prever, já foi exibida a todos os amigos e família, perante o olhar embevecido do progenitor.

sábado, 22 de agosto de 2009

Vocabulário

Quase nos 15 meses, a lista é a seguinte:

Mama (às vezes sai mamamama e aplica-se a variadíssimas situações);
Papa (idem);
Chuss (anda inseparável da chucha, mas na verdade também já a vi chamar chuss ao Zorbas);
Áua (não tenho dúvidas que traduzindo à letra, dá "água", mas também é utilizada para "chucha" ou para aquilo que calhar)
Hum ( é o vocábulo mais usado, normalmente acompanhado de um dedinho espetado, que aponta para o objecto que ela quer naquele momento)

Em suma: não diz nada que se aproveite, mas faz-se entender muitíssimo bem e percebe tudo o que lhe dizemos. Quer dizer, quase tudo, e, sobretudo, quando ela quer. Ontem, por exemplo, tentei uma negociação: se se sentasse eu dava-lhe uma batata frita - não só não se sentou, como berrou de tal forma, que levou mesmo a batata frita e acabou-se o diálogo (calma, avós preocupados, que foi só uma batatinha pequenina).

Atrevimento

Quem esteve hoje no miradouro de São Pedro de Alcântara, a assistir ao concerto de jazz que lá houve, pôde também levar para casa um dos maravilhosos sorrisos aqui da princesa, que esteve de uma generosidade imparável. A coisa foi de tal ordem, que pôs a rir e a fazer-lhe adeus até o mais sisudo dos turistas, escondido atrás dos seus ray ban e do cigarrito de enrolar. Uma senhora japonesa quase que a queria levar para casa e uma mãe e uma filha francesas chegaram mesmo a reclamar "et nous, et nous??" quando sua magestade passou por elas e preferiu acenar ao cavalheiro que estava sentado ao lado (lá bom gosto tem ela).
A questão é a seguinte: onde é que a rapariga foi buscar este atrevimento todo? É que não tem vergonha nenhuma, mete-se com toda a gente, mãozinha no ar, a acenar, qual rainha de Inglaterra a desfilar no seu Rolls Royce. Além disso, dança despudoradamente quando a música lhe agrada mais e nem pensar em dar a mão aos pais, que correm esbaforidos atrás dela.
Não parou durante a hora que durou o concerto, mas bastaram dez segundos para adormecer mal aterrou no carro. Antes, naturalmente, barafustou e esbracejou, que afinal estava ali muito bem e não lhe apetecia nada vir para casa.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Praia, campo e piscina

Duas semanas de férias supersónicas e quase a chegar ao fim, os três coladinhos uns aos outros que nem lapas, num autêntico périplo pelas casas da família. Começou em Sintra, continuou nos Algarves e depois no Alentejo e terminou em Lisboa, onde a Madalena entrou em casa com um tal ar de felicidade pelo regresso que só me apeteceu estrafegá-la com beijinhos.
Gostou da areia, detestou o barulho do mar e ninguém a convenceu a enfiar-se dentro de água. O saldo foi positivo, ainda assim, porque fartou-se de brincar com o Tiago - com as primas em Lisboa, a sortuda teve o primo só para ela - deliciou-se na piscina das Pedras e até provou bolas de berlim na praia de Cabanas.
No último dia resolveu ficar com febre - uns míseros 37,5º, mas nessa altura os pais não sabiam ainda que só se conta como febre a partir dos 38º - e lá desandámos para o Alentejo, a telefonar para os senhores da Linha Saúde 24, não fosse aquilo descambar na bela da Gripe A que anda a assolar os veraneantes a Sul.
Não era gripe, só uma constipaçãozita ranhosa que, mesmo assim, nos deixou um bocadito em pânico, mal habituados que estamos a uma bebé que, com quase 15 meses, nunca ficou doente.
Já está fina, as férias estão a chegar ao fim e daqui a umas semanas a rapariga vai para a escola. Pela primeira vez. Ai, ai...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cinema

Pela primeira vez desde que sua magestade nasceu, fomos os dois ao cinema. E mais: até jantámos antes, sózinhos, num verdadeiro "date", com namoro no escurinho do filme e no regresso a casa. Ai, foi tão bom, que até parecia mentira e afinal não doeu nada, como eu tanto temia. A rapariga portou-se lindamente, sem lágrimas nem amuos, foi para a cama à hora habitual, dormiu sem protestos, e quando regressámos estavam os dois baby-sitters sentadinhos no sofá, muito lindos a ver televisão e a prometer que um dia destes podiamos repetir a dose.
Tio, tias, avó, amigos e amigas, fica aqui o aviso: daqui para a frente os vossos serviços vão ser requisitados, que temos mais de um ano de filmes em atraso para pôr em dia.

Descobri que uma ida ao cinema custa 6 (seis!) euros, o que é um roubo, e que o Johnny Depp continua lindo como dantes

sábado, 1 de agosto de 2009

Já está


Percebeu as potencialidades da coisa e já ninguém a pára. Anda de um lado para o outro, faz curvas graciosas, espalha-se ao comprido e levanta-se logo a seguir, porque não quer perder um único minuto, tal é o entusiasmo. Entretanto, vai sorrindo para nós, muito satisfeita consigo própria, "estão a ver o que eu consigo fazer?" E nós embasbacados, sempre de braços prontos a apará-la, porque esta nova bebé que temos em casa não sossega um instante e parece escolher precisamente os locais mais perigosos, aqueles para onde nunca ía quando tinhamos de ser nós a levá-la. Claro que tem de cair umas vezes, nem que seja para aprender, e nós sabemos disso. Mas da teoria à prática vai uma grande distância e, sobretudo, vai um pânico desgraçado dos encontros imediatos com vãos de portas e lareiras ou cantos de móveis. Ao fim do dia caiu na cama sem um único protesto, linda e maravilhosa como sempre, e aposto como neste momento está a sonhar com longas caminhadas pelo corredor cá de casa.