quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Os erres

Dona princesa fala pelos cotovelos. Canta pelos cantos. Conta histórias aos bonecos. Lê livros ao mano. Quando não sabe inventa, mas lá atrapalhar-se, isso é que não. Há palavras que lhe saem muito perfeitinhas, mas na maioria dos casos é um bocado trapalhona e só a mãe e o pai é que a percebem (quase) sempre. Uma das grandes dificuldades são os érres, que lhe saem em forma de g ou então desaparecem mesmo - os livros, por exemplo, são uios e Rui sai sempre Gui. Ou saía, porque o próprio Rui tratou de lhe ensinar a dizer o nome na maior das correcções. A referência foi ... o ressonar do papá. Isso mesmo. Madalena, como é que o papá ressona? rrrrrrrrrrrrrrrrr, responde ela. Agora diz rrrrrrrrrrrrrrrrui. E ela, muito airosa, repete, um érre muito puxadinho e enroladinho, um Rui muito perfeito e um tio a inchar de orgulho. Qualquer dia está a dizer que o rato roeu a rolha da garrafa do rei da rua da rússia.

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