sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

ano novo

Nada muda, como todos sabemos muito bem, só porque muda o ano no calendário, inauguramos agendas novas e o Verão vai ficando cada vez mais próximo. Nada muda, mas gostamos de fingir que sim, que daqui para a frente conseguimos grandes alterações nas nossas vidas. Por exemplo, vamos conseguir acordar sempre cedo e ir para a cama a horas decentes; vamos programar as refeições para nunca passarmos fome à noite quando chegamos tarde a casa e só há leite e torradas; vamos levar a Madalena à piscina todos os sábados em vez de ficarmos a dormir porque tivémos mais uma semana infernal. E vamos deixar de nos preocupar tanto com o trabalho, com o vício do trabalho, com as muitas, demasiadas, horas que passamos no trabalho. Vamos, pelo contrário, arranjar maneira de ter mais tempo para nós e para a bebé, para vermos finalmente as séries que gravamos no Meo e que se vão acumulando, para irmos até ao Algarve no fim-de-semana, para convidarmos amigos para jantar, para tratar da relva do jardim, para, simplesmente, irmos até à Costa ver o mar. Vamos conseguir, não vamos? Vamos, porque é ano novo, o tempo que aí vem é nosso, as agendas estão vazias (ou quase, que afinal vem mais um bebé a caminho) e nós estamos cheios de vontade. Ai que bom que vai ser...

Para memória futura: Passagem de ano calminha em casa da tia Maria Ana e um dia primeiro de Janeiro com a inevitável e pirosa ida até à Costa, para ver o mar. Como nós, meia Lisboa teve a mesma ideia e o paredão da Caparica mais parecia a Feira de Castro ao Domingo, mas nada nos desencorajou. Nem o frio nem o badagaio que ia dando à mamã e que obrigou a família a entrar no primeiro restaurante que apareceu para repôr as energias. Por acaso era o do Barbas, esse grande benfiquista, onde comemos uma bela açorda de gambas às quatro da tarde antes de voltarmos para casa e para a nossa lareira. Muito bom.

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